A guerra de tempo na propaganda eleitoral. A importância de eleger deputado federal. Partidos morrerão. Amazonino x Omar x David

A guerra de tempo na propaganda eleitoral

A guerra de tempo na propaganda eleitoral foi travada principalmente entre David Almeida (esquerda), Amazonino (centro) e Omar. Siglas nacionais querem candidatos fortes a governador para eleger deputados federais… ou correm o risco de morrer

O panavueiro é um dos mais complexos que você possa imaginar. A eleição deste ano muda duas coisas fundamentais. Somente terão acesso ao financiamento de campanha e à propaganda gratuita partidos aprovados nas urnas. Sigla que não obtiver 1,5% dos votos válidos para deputado federal, espalhados em pelo menos nove Estados, estará fora. Eleitos por eles não perdem a vaga e terão o direito de escolher uma nova sigla. Essa é uma das razões do corre-corre das filiações partidárias, que se viu nos últimos dias. A outra razão é o jogo de poder na Assembleia Legislativa. O Portal do Marcos Santos chegou às bancadas de acordo com a ligação de partidos a Amazonino, Omar ou David. Governador, senador e presidente da Assembleia Legislativa saem fortalecidos na corrida ao Governo do Estado. O vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta, e a ex-superintendente da Suframa Rebecca Garcia seguem correndo por fora.

 

Partidos que têm mais chances de sobreviver

Seis partidos tradicionais parecem estar imunes à cláusula de barreira. PSDB (Arthur Virgílio), MDB (Eduardo Braga), PP (Rebecca), PT (Zé Ricardo), PSB (David e Serafim) e PR (Alfredo Nascimento). Eles têm uma estrutura nacional que lhes garante o cumprimento da cláusula de barreira. Daí para a frente, a briga será acirrada, vaga por vaga, para definir os demais partidos sobreviventes.

 

Caciques nacionais poderosos

O financiamento público de campanha jogou nas mãos dos caciques nacionais um poder enorme. Todas as siglas estão trabalhando para eleger deputado federal. Trata-se de questão de sobrevivência. Candidatura a governador de pura aventura não terá recursos. Não sobreviverão. É por isso que a corrida à sucessão de Amazonino Mendes deve ser enxuta. Enxutíssima.

 

Sem efeito Tiririca ou Enéas

O palhaço Tiririca, em duas eleições com mais de 1 milhão de votos, arrastou uma bancada de sem-votos. Parlamentares inexpressivos foram “puxados” para a Câmara Federal por essa votação dele. O mesmo aconteceu com o falecido ex-presidenciável Enéas Carneiro (“Meu nome é Enéas!!!). Agora, se alguém disparar na votação, o segundo colocado só entra se obtiver 10% do quociente eleitoral. Isso significa 10% dos votos válidos para deputado federal. Se ninguém tiver isso, a vaga volta para a distribuição rotativa.

 

Amazonino X Omar X David

Na paróquia, a disputa se deu em torno dos partidos com tempo na TV e pela formação de bancadas na Assembleia Legislativa. Amazonino saiu bem na briga pelo tempo na propaganda eleitoral, mas fragilizado na Assembleia Legislativa.

 

Amazonino tem 9

O Portal do Marcos Santos faz aqui uma conta levando em consideração a ligação dos partidos aos caciques. Essa é a formação básica das bancadas. Caberá aos líderes negociar, conversar e conquistar votos. Ninguém emerge com maioria absoluta. No caso dos reajustes do Governo do Estado, professores e PMs, por exemplo, até governistas ficam engessados.

O governador Amazonino Mendes tem: MDB (Alessandra Campelo), PP (Belarmino Lins, Dermilson Chagas), PDT (Adjuto Afonso, Wanderley Dallas e Vicente Lopes), PRB (Carlos Alberto) PRP (Dr. Gomes) PV (Orlando Cidade).

 

Omar Aziz tem 7

O senador Omar Aziz tem: PSD (Josué Neto, Ricardo Nicolau, Mário Bastos e Sidney Leite); PR (Sabá Reis e Cabo Maciel); DEM (Augusto Ferraz). A surpresa é Sidney, que abandonou Amazonino, de quem, recentemente, era o secretário mais forte.

 

David Almeida pode ter até 8

O presidente da Assembleia Legislativa, David Almeida, pode chegar a ter oito parlamentares: PSB (David Almeida, Serafim Correa, Platiny Soares), no qual entrou agora, e Podemos (Abdala Fraxe, Francisco Souza) estão 100% fechados. Rede (Luiz Castro) e PT (Zé Ricardo e Sinésio) são aliados eventuais.

 

Líderes comunitários

Uma briga intensa também ocorreu num nicho sensível da formação de base eleitoral. Trata-se dos líderes comunitários. David deu um passo importante, nesse item, filiando cerca de 50 lideranças em Manaus.

 

Arthur Virgílio

Sem máquina governamental, Omar Aziz teve que se valer da articulação do prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Outro que entrou nesse corpo a corpo foi o deputado federal Arthur Bisneto. Daí a formação de uma bancada poderosa. O PSD é o partido com (quatro) maior número de parlamentes da Assembleia.

 

Arthur Virgílio (2)

Os comentários são de que o prefeito Arthur Virgílio está articulando nos bastidores como nunca. Ele está convicto de desempenhar papel decisivo na eleição deste ano. O vice-prefeito Marcos Rotta, como a coluna antecipou, é a carta na manga que guarda para a decisão.

 

PP e Átila

A ida de Átila Lins para o PP tem razões muito peculiares. O parlamentar tem em Coari uma das principais bases eleitorais. O prefeito Adail Filho, que é do PP, sabia que, sem opção, a sigla lançaria Francisco Garcia para deputado federal. E ele, Adail Filho, apoiaria por questão de sobrevivência partidária. Átila perderia uma base e ganharia um concorrente. Isso e mais uma ligação para o governador Amazonino, de quem recebeu um “nada contra”, foram decisivos. Átila está ligado a 32 prefeitos do interior e não ficaria, jamais, contra o governador.

 

Família Sabino retoma PTB

Mesmo em coma há meses, o deputado federal Sabino Castelo Branco venceu uma batalha. O empresário Cirilo Anunciação havia assumido a presidência estadual da sigla. Na última hora, a direção nacional o trocou pelo vereador Renzo Castelo Branco. Cirilo, comunicado depois do ato, já se desfiliou.

 

Oposição monta estratégia

A oposição, leia-se David Almeida, montou estratégia alternativa às chapas de Amazonino e Omar. PSB, PT, Podemos, Rede e, provavelmente, PCdoB, terão dois candidatos ao Senado. O mesmo grupo deve reunir chapa única para deputado federal. Cada um procurará caminho próprio na formação de alianças de deputado estadual.

 

Junta ou dança

Frase de um importante líder do grupo oposicionista: “Ou a gente junta tudo ou a oposição dança em conjunto”.

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