
País do futebol está em êxtase, diante da performance de Flamengo, Botafogo, Palmeiras e Fluminense, como Bruno Henrique (esquerda), que comemora gol ao lado do recém-saído do sub-20 Wallace Yan, que fez o terceiro na vitória brasileira por 3 a 1
Flamengo, Botafogo, Palmeiras e Fluminense, representantes no Mundial de Clubes da Fifa, estão lavando a alma do brasileiro. Resultados adversos, como o 4 a 1 para a Argentina nas Eliminatórias e eliminações precoces na Copa, se tornaram puro otimismo. O Botafogo, ontem (19/06), venceu simplesmente o melhor time do mundo, Paris Saint-Germain, que goleou a Inter de Milão na final da Champions League. O Flamengo, hoje (20/06), de virada, amassou por 3 a 1 o Chelsea, quarto colocado na Premier League, o topo do mundo futebolístico. O que está havendo?
Sempre haverá alguém para alegar que os times europeus terminaram a temporada há pouco e os jogadores estão “estourados”. Nesse nível de profissionalismo, entretanto, com a Fifa pagando US$ 1 bilhão, quase R$ 6 bilhões, não há margem para menos que empenho. São US$ 15 milhões para cada clube participante, mais US$ 2 milhões por vitória.
O que está havendo então? Os times brasileiros têm uma Série A disputadíssima. O primeiro na classificação perde para o último. Grandes clubes caem para a Série B, sem cartolagem que os traga de volta. O mínimo de seriedade, algo raro entre os cartolas, em 2006, dividiu as séries A e B em 20 clubes, segurou a peteca e agora produz os frutos.
O orçamento do Chelsea, esse amassado pelo Flamengo, no ano fiscal de 2024, é o maior da história do futebol mundial, 1,656 bilhão de euros (R$ 9,9 bilhões na cotação atual), segundo a CNN. Bateu o recorde do Manchester United, de 2023, 1,42 bilhão de euros (R$ 8,8 bilhões). Real Madrid? Gastou, no mesmo período, 1,33 bilhão de euros (R$ 8,2 bilhões).
Virada
O principal, porém, parece ser uma espécie de “virada de chave” na postura dos jogadores, de uma apatia insuportável para o jogo pegado. Chega Carlo Ancelotti, considerado o melhor treinador do mundo, e a Seleção Brasileira contabiliza um 0 a 0 com Equador e 1 a 0 contra o Paraguai. Mas o elenco, já no segundo jogo, fez o ex-meia Ricardinho, comentarista da Globo e SporTV, exclamar: “Onde estava esse time?”
O Mundial de Clubes é uma competição ingrata. Virá, após essa primeira fase, o mata-mata. Estarão, nas oitavas, os dois times que se classificarem em primeiro nos seus grupos, totalizando 16 dos 32 que iniciaram a competição. Começam aí as oitavas de final, com um único jogo, no estilo perdeu vai embora. Saem oito para as quartas de final e os vencedores, sempre se enfrentando numa única partida, serão os quatro semifinalistas. E, finalmente, o mundo conhecerá os dois finalistas da primeira competição nesse formato patrocinada pela Fifa. O jogo decisivo acontece no dia 13 de julho, no estádio MetLife, em Nova York-Nova Jersey.
Podem vir algumas decepções no caminho. O Botafogo, por exemplo, fez torcedores de rivais históricos torcerem por ele, na vitória contra o PSG. Mas pode ser desclassificado, ainda nesta primeira fase, se perder por dois gols do Atlético de Madrid, o time do guru de Felipe Luiz, do Flamengo, Diego Simeone. Seria o cúmulo. Batam na madeira e desliguem os secadores.
O que não muda, haja o que houver, é o pontapé no complexo de vira-latas que o futebol pentacampeão do mundo estava cultivando. Flamengo, Botafogo, Palmeiras e Fluminense já fizeram história e construíram um fim de semana inesquecível para o Brasil.
Vale a festa. O País do Futebol estufou o peito e voltou a dar orgulho. Venha o que vier, a história está escrita, em letras maiúsculas, com um tópico frasal inestimável: respeita o Brasil.
Deixe um comentário