Brigas políticas entre padrinhos e afilhados são comuns na política amazonense.
A história de rompimentos começa com Álvaro Maia, que indicou Plínio Coelho e, eleito, este rompeu com ele.
Depois, foi a vez do próprio Plínio indicar Gilberto Mestrinho e se ver afastado por este.
De volta ao Governo, em 1982, Gilberto conduziu Amazonino Mendes ao Governo do Estado e este também se afastou.
Amazonino levou o troco com Eduardo Braga, que hoje é o mais ferrenho adversário do ex-padrinho.
E, agora, fala-se que o governador Omar Aziz pode romper com o ex-governador Eduardo Braga, de quem foi vice durante oito anos e cujo apoio foi decisivo em sua eleição, ano passado.
Sobre rompimentos, aliás, tem uma história impagável.
Gilberto rompera com Plínio Coelho e este, professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas, que funcionava no Centro, na antiga Jaqueira, foi abordado por um aluno um pouco mais ousado:
– Professor, é verdade que o Mestrinho rompeu com o senhor?
– É um ingrato, respondeu o ex-governador.
– Mas ele rompeu assim, sem mais nem menos, ou inventou algum pretexto?, insistiu o aluno.
– Imagina que eu passei um mês na Europa e esse ingrato tirou minha escrivaninha da sala dele!!!
Agora, segundo dizem, a paternidade da ponte Rio Negro pode se transformar num pomo de discórdia entre Omar e Braga.
Braga, aliás, a essa altura, deve estar fazendo contas. Com o apoio de Omar, a candidatura dele à Prefeitura de Manaus será barateada, contando com a estrutura estadual de obras e a motivação, digamos, dos fornecedores para financiamento da campanha. Se o atual governador mudar de lado e decidir apoiar o prefeito Amazonino Mendes, na reeleição, então a campanha ficaria caríssima para o atual senador.
Uma escrivaninha pode acabar boiando no rio Negro.
PS: O leitor mais atento deve ter notado que escrevo ponte Rio Negro e quando falo do rio escrevo rio Negro ( “rio” com letra minúscula). É que a ponte recebeu o nome de Rio Negro. Como nome próprio, sou obrigado a escrever tudo com a primeira letra maiúscula. Quando se fala do curso d’água, “rio”, este é substantivo comum e por isso escrevo com letra minúscula: rio Amazonas, rio Solimões, rio Nhamundá, rio Madeira etc. O blog segue, nesse aspecto, os manuais de redação da maioria dos jornais e revistas.
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