Mapeamos os cinco passos que mostram Amazonino candidatíssimo à reeleição. Saiba quais são eles

Mapeamos os cinco passos que mostram Amazonino candidatíssimo

Mapeamos os cinco passos que mostram Amazonino candidatíssimo. Com presidentes de associações da PM, que ameaçam entrar em greve, ele começou com desconfiança (foto) e depois terminou com um sorriso que, embora ainda amarelo, mostra que as coisas avançaram. Foto: Divulgação/ Secom

O governador Amazonino Mendes estava deixando confuso até aliados próximos. Às vezes mostrava apetite e tomava atitudes de candidato. Em outras, consideradas importantes, parecia disposto a esperar o cavalo passar selado, ou seja, que a disputa ficasse fácil. Agora, no entanto, tomou cinco atitudes que não deixam margem a dúvida: é candidato à reeleição.

A primeira atitude de Amazonino foi buscar uma alternativa para romper o cerco que estava sendo feito pelo senador Omar Aziz.

Omar, que tirou o agora desafeto dos pijamas e o colocou no Governo, será adversário na campanha da sucessão. O governador mostrou que mantém o instinto e abriu diálogo com o senador Eduardo Braga. Braga foi o adversário dele na briga pelo mandato tampão e foi visto cortando fita com Mônica Mendes. Ela é sobrinha querida de Amazonino, presidente do Fundo de Promoção Social e esposa do secretário de Infraestrutura, Osvaldo Saidi.

O segundo sinal vem dos tempos da Prefeitura de Manaus.

Amazonino criou o programa Leite do Meu Filho, quando prefeito, com a justificativa de suprir a carência alimentar na periferia. Agora quer reeditar a iniciativa, em âmbito estadual. Na campanha da sucessão de Amazonino, com ele fora por absoluta impopularidade, o Leite do Meu Filho foi unanimidade. Arthur Virgílio, o eleito, assumiu prometendo ampliá-lo e o manteve até que morreu de inanição.

O terceiro sinal ocorreu nesta quinta-feira (08/03).

Amazonino está sem saco para o dia-a-dia do governo. Vai pouco ao palácio e tem uma agenda super filtrada. Mas aceitou encontro com presidentes das associações de soldados, praças, cabos, sargentos e subtenentes para discutir a greve na PM. Trata-se de verdadeiro espinho na carne governamental, depois que foi anunciado o veto às promoções dessa tropa. A greve está marcada para dia 15/03. E o governador se comprometeu, pessoalmente, a atender às exigências que podem evitá-la. Inclusive renegar parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e manter as promoções.

O quarto passo ocorreu nesta sexta (09/03). É pujante, significativo.

Amazonino recebeu 57 dos 61 prefeitos do Amazonas. Pediu planos, reivindicações, sugestões, projetos. Prometeu liberar recursos para todos, a partir de um fundo próprio, entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões. Até garantiu que criará uma força-tarefa para resolver inadimplências que impeçam repasses estaduais. A reunião foi, sintomaticamente, na Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz).

O quinto e último sinal está em andamento. Talvez seja o mais importante.

Amazonino está afinado com Eduardo Braga. Nessa dita reunião na Sefaz, com os prefeitos, compôs a mesa ao lado do indefectível vice-governador Bosco Saraiva e do deputado federal Silas Câmara (PRB-AM). Que vem a ser um dos mais próximos do senador Omar Aziz (PSD). E joga cartada ainda mais decisiva, em direção ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, com quem Omar conta na eleição.

O governador acena com a liberação de R$ 100 milhões para a Prefeitura de Manaus. Isso resolveria problemas de infraestrutura da capital. Seria dinheiro suficiente para tapar praticamente todos os buracos das ruas. É uma promessa que vem desde José Melo. Por não ter sido cumprida, Arthur rompeu com o, hoje preso, ex-governador.

Esses R$ 100 milhões merecem um parágrafo especial.

A quantia foi objeto da primeira conversa Amazonino, Arthur e Omar, ainda na fase do namoro para a candidatura 2017. Omar lembrou que, eleito, o atual governador herdaria os R$ 300 milhões e mais recursos de empréstimos. Os três selaram o acordo e, desde então, estava feita a aliança que fez Amazonino trocar o pijama pelo paletó.

Aquele acordo se refere a 2017. Arthur fez vários discursos dizendo que o apoio a Amazonino era só para aquela eleição. Reaproximação, com cumprimento de promessa feita no passado, no entanto, pode acabar dando em nova aliança.

Amazonino sempre foi um craque na arte da guerra com a espada embainhada, tão bem explicada por Sun Tzu. Nas duas últimas eleições, a reeleição dele e a eleição de Amazonino, Arthur Virgílio cresceu nesse item. Aliado de Melo e Omar rompeu com os dois em 2016 e se aliou com o principal adversário, Eduardo Braga. Justo Braga, que, com o ex-presidente Lula, criou condições para Vanessa Grazziotin ficar com o mandato dele de senador (2010). E foi reeleito prefeito de Manaus. Depois, na eleição-tampão Amazonino X Braga, Arthur rompeu com Braga e voltou a se aliançar com Omar. Ganhou de novo, elegendo Amazonino.

Agora os dois vão sentar, frente a frente, pensando em 2018. Arthur está muito próximo de Omar. O quinto desafio de Amazonino é romper essa proximidade.

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1 comentário

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  1. Eloy Lima Menezes disse:

    Tantos desafios, tantas promessas dos governantes, porém para os professores da rede estadual de ensino, o sustentáculo do estado e do pasís a petca salarial é desastrosa, chega a quase 29 por cento de percas. Que Estado que tems e qual queremos? Prof. Eloy Uea