Classe médica emite alerta sobre possível paralisação geral de unidades no AM por atrasos salariais

Médicos de várias especialidades que atendem nas unidades de urgência e emergência adulto e infantil do Estado emitiram uma nota em que fazem um alerta à sociedade amazonense para uma possível paralisação de suas atividades, caso o Governo do Amazonas não atualize os repasses das cooperativas médicas e demais empresas terceirizadas que atuam na rede pública de saúde e que estão atrasados há mais de três meses.

Na nota assinada pelas doze principais cooperativas e empresas de saúde, os profissionais afirmam que discordaram da medida anunciada ontem pelo Governo de que o pagamento de outubro seria realizado entre os dias 18 e 22 de dezembro. “Em nenhum momento foi manifestado por este grupo que esteja de acordo com a proposta do Estado para este final de ano”, diz o comunicado.

O texto revela ainda que os serviços de saúde ainda não entraram em colapso total por conta do esforço dos médicos, que nada receberam da Susam pelos serviços prestados nos hospitais públicos em agosto, setembro e outubro e que virar o ano com quatro meses de atraso salarial, compromete gravemente a vida pessoal dos trabalhadores que não terão recursos para honrar os compromissos básicos.

Entre os profissionais que assinam a nota estão pediatras, ginecologistas, obstetras, anestesistas, ortopedistas, neurologistas, neonatologistas, cardiologistas pediátricos e médicos intensivistas (profissionais que atuam em UTI’s).

Nota

Leia a íntegra da nota:

Como já é de conhecimento público, foi realizada na tarde de 22/11/17 reunião convocada pela Secretaria Estadual de Saúde junto às Empresas terceirizadas que prestam serviço para pasta. Em relação ao proposto para as Empresas Médicas, lá representadas por seus Diretores, necessitamos esclarecer aos nossos pares e toda sociedade alguns pontos:

1) Os serviços de saúde ainda não entraram em colapso total por conta do esforço destes médicos aqui representados, que NADA RECEBERAM da SUSAM pelos serviços prestados nos hospitais públicos em AGOSTO, SETEMBRO e OUTUBRO;

2) Na referida reunião, os Diretores presentes buscavam informações sobre a programação de pagamentos para informar aos seus Associados. A proposta de pagar apenas mais 01 Competência (OUTUBRO) no ano de 2017, entre os dias 18 a 22 de DEZEMBRO, partiu exclusivamente do Estado. A partir desta informação, a mesma será exposta e deliberada junto aos médicos das Empresas, pois implica em virar o ano com 04 MESES de atraso, comprometendo gravemente a vida pessoal deste grupo de trabalhadores, que não terão recursos para honrar seus compromissos básicos;

3) Em nenhum momento foi manifestado por este grupo que esteja de acordo com a proposta do Estado para este final de ano;

4) A proposta do Estado para regularizar de maneira parcelada os pagamentos no ano de 2018 sem dúvida constitui um avanço, especialmente quando lembramos a falta completa de organização que convivemos nos últimos anos por parte da Administração Pública.

Cada Empresa discutirá com seus associados sobre as ações a serem tomadas, e posteriormente em conjunto. Já foi comprovado no decorrer dos últimos 20 anos o compromisso deste grupo profissional com o bem estar da população, seguindo diariamente o atendimento em Hospitais desabastecidos e superlotados, e sem receber seus proventos por mais de 03 meses. Porém é nossa obrigação alertar a Sociedade que a situação atual ultrapassou todos os limites, e muitas de nossas Empresas não terão condições de se sustentar recebendo apenas mais 01 mês de pagamento em 2017, necessitando ainda quitação de AGOSTO, considerando o tamanho do atraso já existente.

COOPANEST, IGOAM, COOPATI, COOAP, COOPANEO, COOPERCLIM, ITOAM, IMED, SAPP, CNA, UNINEFRO, CARDIOBABY.

Manaus, 23 de Novembro de 2017.

Veja também
1 comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Edilene disse:

    O governo tem que fazer concurso e acabar com as cooperativas pq estas coperativas dão muito gasto ao cofre público e o povo ainda é mal atendido