Governo nega fechamento da Fapeam, mas aperto pela prestação de contas dos bolsistas será maior. Muitos já parcelaram devolução

Melo (acima, à esquerda) deu a ordem para investigar as bolsas. Thomaz Nogueira (abaixo, à esquerda) comanda o processo, que está sendo tocado pelo subsecretário da Seplan, Estevam Monteiro de Paula (direita), e o presidente da Fapeam, Renê Levy

Melo (acima, à esquerda) deu a ordem para investigar as bolsas. Thomaz Nogueira (abaixo, à esquerda) comanda o processo, que está sendo tocado pelo subsecretário da Seplan, Estevam Monteiro de Paula (direita), e o presidente da Fapeam, Renê Levy (no meio).

O governador José Melo deu um novo susto. “Não adianta uma pessoa tirar o dinheiro do Amazonas para uma pesquisa que vai discutir o caramujo africano”, disse, ao falar fora de contexto sobre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Os pesquisadores começaram a correr de um lado para o outro e, mobilizados, iniciaram campanha nas mídias sociais num tom de “salvamento” da instituição. Gente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) chegou a ligar para o secretário estadual de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Seplan), Thomaz Nogueira, perguntando sobre a extinção. E foi só susto. O que há é a cobrança, mais que natural, de prestação de contas das bolsas (dinheiro público) oferecidas pelo órgão.

 

Mamata

A Fapeam tem importância vital, tanto para a pesquisa quanto para a ciência no Amazonas. Mas tinha seu lado “mamata”. Feito um pente fino, os técnicos descobriram que há bolsistas que não concluíram os cursos pagos pelo erário, nem prestaram qualquer satisfação. Vários foram flagrados em processos administrativos e alguns já estão parcelando a devolução do dinheiro, segundo informa Thomaz Nogueira ao portal.

 

Investimento

A Fapeam tem cerca de 9 mil bolsistas e investe em torno de R$ 5 milhões.

 

Caramujo

A pesquisa sobre o caramujo africano, usada por Melo para mostrar ineficiência na Fapeam, é péssimo exemplo. O bichinho, introduzido no habitat amazônico por algum gênio que queria produzir escargot, aquela comida chique francesa, virou um manancial de doenças. Aparece no lixo, em toda a cidade. Prefeitura de Manaus e Estado gastam os tubos para combatê-lo. Uma pesquisa aplicada podia bem apontar solução que poupasse esse dinheiro e, portanto, seria extremamente útil.

 

Motivo

O Governo do Estado alega que toda ação em torno da Fapeam é para moralizá-la. Muito justo. Até necessário. Mas a motivação real é mesmo a crise. O erário estadual já poupou no cafezinho e no papel higiênico. Agora está poupando até palito de dente. Alisou.

 

Melo x Henrique

Henrique Oliveira lançou a candidatura à Prefeitura de Manaus. Disse estar quite com Arthur, que apoiou para a Prefeitura e de quem recebeu de volta apoio como vice-governador. Melo reagiu duramente, dizendo que fica com Arthur, até porque o vice nunca falou com ele sobre essa intenção. Verdade. Os dois não falam faz um tempão.

 

Pará x Amazonas

Empresário amazonense entrou no ramo da exportação de produtos do extrativismo. Procurou castanha, pau rosa, copaíba etc. no Amazonas e achou… no Pará. O Estado vizinho, que tem porcentual menor da Floresta Amazônica, produz 100 vezes mais qualquer produto in natura que o Amazonas produza. Na madeira certificada, então, um mercado internacional bilionário, está nadando de braçadas, após ter afastado crime ambiental.

 

Rio Negro

Tiraram a rolha do fundo do rio Negro. De sexta-feira até hoje baixou impressionante 1m79. De sábado (10/10) para domingo bateu o recorde diário, desde que a medição iniciou, em 15/09/1902, descendo 40 centímetros. Chegou o auge da pesca esportiva do tucunaré, com 18m91, nesta quarta (14/10).

 

Valderino, o voluntário

aguaValderino Pereira da Silva, o funcionário de serviços gerais que estudou e hoje é engenheiro no porto de Manaus, é voluntário na medição do nível do rio Negro. Tem a Carteira de Trabalho assinada pela empresa privada que comprou o Roadway, da família De Carli. Ou seja, as informações que determinam Emergência e Calamidade públicas, em enchente ou vazante, no Amazonas, resultam de trabalho voluntário, individual. Foi assim que, semana passada, Valderino, com toda humildade, confessa que errou feio nas medições. Nesta quarta, corrigiu tudo. Acima você vê como estava o site do porto e abaixo como ficou depois das correções.agua2

 

O mandato de Antônio Silva

Antônio Silva, empossado para o terceiro mandato na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), garante que para por aí. A coluna deu nota mostrando o risco de um novo João de Mendonça Furtado, o Furtadão, que tornou a presidência cargo vitalício. O presidente atual lembra que venceu por aclamação, foi empossado e fica, até 2019, 12 anos. Igual ao antecessor, José Nasser. “Esse é o limite máximo estabelecido pelo Estatuto da Entidade”, diz a nota. “A atual Diretoria resgata um fato histórico, pois Moyses Israel (vice atual), único fundador da Fieam vivo, foi o primeiro vice-presidente da entidade, nos idos de 1960”.

 

Ausência

A coluna saiu de férias por alguns dias. Mas volta a circular diariamente. Bem no meio do panavueiro.

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