Amazonas cria pacto contra devastação, reúne órgãos que monitoram incêndios e forma 845 brigadistas

Chegou a 240 o número de produtores do Sul do Amazonas que aderiram ao Pacto Devastação Ilegal Zero, que envolve a sociedade civil, lançado em abril deste ano pelo Governo do Estado, enquanto outros 600 apresentaram a documentação necessária para adesão. Alertados pelos órgãos ambientais, eles passam a fiscalizar e monitorar as áreas que estão sendo desmatadas e passam pelo processo de adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). O documento permite a prática de atividades econômicas sustentáveis em propriedades rurais, onde o índice está abaixo do permitido para o desmate.

O pacto é parte das ações do Governo do Amazonas para combater incêndios florestais, que, nesta época do ano, são responsáveis pela fumaça que cobre Manaus.

Outra ação importante foi o lançamento do Centro Integrado Multiagências do Amazonas (Ciman), inaugurado hoje, que deverá dar mais agilidade ao monitoramento e combate aos focos de calor no Estado inteiro, além de ampliar a formação de brigadas de incêndio. A do Ciman, a ação passa a ser coordenada, planejada e pontual na prevenção contra queimadas e incêndios florestais.

Equipamentos a serem usados por brigadistas foram apresentados no lançamento do Ciman

Uma sala de situação, instalada no Comando Geral do Corpo de Bombeiros, Petrópolis, vai monitorar em plantão de 24 horas os 62 municípios amazonense. O Ciman tem a coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SDS), Corpo de Bombeiros (CBMAM), Defesa Civil do Amazonas e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Também estão envolvidos o Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam), Batalhão Ambiental da Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

O ex-deputado federal e ex-superintendente do Ibama no Amazonas, hoje coordenador adjunto de mudanças climáticas da SDS, Hamilton Casara, destaca que o conjunto de informações obtidas a partir do monitoramento contínuo dos órgãos estaduais, federais e municipais será recolhido duas vezes por semana e, às terças-feiras, acontecerão reuniões para definir ações. “O trabalho de prevenção ou em situações de emergência o trabalho será de todos e não caberá somente ao Corpo de Bombeiros ou a SDS”, disse Casara.

Hamilton Casara, ex-superintendente regional do Ibama, agora está na SDS

O Ciman está preparado para receber denúncias, definir medidas e movimentar brigadas em casos de queimadas e incêndios pelo número (92) 3663-4238, que estará disponível à população e secretarias de meio ambiente municipais.

A base de Manaus estará focada no atendimento à Região Metropolitana e outras duas bases regionais, em Humaitá (a 675 quilômetros da capital) e outra em Apuí (a 453 quilômetros de Manaus) atenderão ao interior.

A SDS informa que o Amazonas tem hoje mais de 845 brigadistas para combate e prevenção às queimadas e incêndios florestais. O comandante geral do Corpo de Bombeiros, Antônio Dias, explica que, no Sul e Sudeste do Amazonas, estão sendo preparadas brigadas de incêndio. “Desde junho deste ano já formamos 11 brigadas nos municípios que apresentam concentração de focos de calor. Cada brigada reúne 30 brigadistas com equipamentos que são fornecidos pela SDS”, destaca o comandante. Brigadistas são voluntários.

Na Região Metropolitana de Manaus os focos de queimadas e incêndios se concentram, principalmente, nas zonas Leste e Norte da capital. “De julho a agosto deste ano, registramos um aumento de 50% das ocorrências de incêndio, com relação ao mesmo período no ano passado. A maioria delas (ocorrências) é proveniente das zonas periféricas da cidade”, diz o comandante. Antonio Dias garante que o Governo do Estado reforçou o número de viaturas que atuam no combate às queimadas nas periferias, com o objetivo de reduzir a fumaça e a emissão de gases na atmosfera.

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