Na Avenida Paulista, Bolsonaro nega tentativa de golpe e pede anistia a presos pelo 8 de janeiro

Foto: Reprodução

Neste domingo (25/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que jamais participou de uma tentativa de golpe em 2022 para impedir a posse do presidente Lula. “O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência”, afirmou, ao admitir a existência de um texto nessa linha.

A declaração foi feita em discurso na Avenida Paulista, em São Paulo, durante um ato convocado por ele mesmo para se defender das acusações de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa. Ele é alvo de investigação pela Polícia Federal.

Bolsonaro participou do evento em cima de um trio elétrico ao lado de aliados como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

O ex-presidente também reclamou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por estar inelegível pelo menos até 2030 e criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelas penas aos participantes dos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes. Ele pediu anistia a esses presos. “Busco a pacificação para passar uma borracha no passado”.

Ele ainda lembrou a facada que sofreu em 2018, falou em “perseguição” contra ele, criticou a imprensa em geral e fez um balanço de seu governo. Reservou também ataques ao presidente Lula (PT), mas sem citar o petista.

Milhares de pessoas participaram do ato, mas a Polícia Militar de São Paulo não divulgou uma estimativa oficial. Ao menos quatro quarteirões da Avenida Paulista ficaram lotados.

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, Bolsonaro poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos. Ele ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Tempus Veritatis, no último dia 8, que tem como alvo o ex-presidente e seus aliados.

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