Ações em centros de convivência orientam mulheres sobre violência doméstica e maus-tratos

Foto: Divulgação/Jimmy Christian/Seas

Os Centros Estaduais de Convivência da Família (CECFs) e do Idoso (Ceci), administrados pela Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), estão realizando, nesta semana, várias ações voltadas a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Palestras de conscientização, rodas de conversas, exposição de cartazes e distribuição de material informativo são utilizados para chamar a atenção das pessoas nesses locais.

“Feminicídio: não quero ser a próxima” foi tema de uma roda de conversa realizada na manhã desta terça-feira (28/11) no Centro Estadual de Convivência da Família Padre Pedro Vignola, situada na Cidade Nova, zona Norte. Os trabalhos foram conduzidos pela assistente social Eliete Silva, que faz parte do Grupo de Convivência Maria Maria Finas Jóias, formado por 30 mulheres, que fazem parte da comunidade.

Mãe de oito filhos, Eliete Silva, 53, sofreu vários tipos de violência física. No segundo casamento, mesmo diante de maus-tratos e humilhações, focou seu olhar para os estudos, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguiu chegar à faculdade por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Na minha formação em Serviço Social percebi que vivia numa situação de violência doméstica e precisava romper aquela situação”, admite.

Experiência própria

Hoje, a assistente social utiliza sua própria experiência para reconhecer esses sinais nas mulheres e tentar ajudar as que chegam até ela. Por meio do grupo que coordena, no Padre Pedro, procura ajudar mulheres com problemas diversos. “Muitas vezes estão com depressão por conta dos maus-tratos, não conseguem sair de casa, então a gente faz uma busca ativa, vai até elas, fazer com que voltem a olhar para o mundo, para viver em sociedade, porque só assim conseguem se erguer”.

Paralelamente, o centro está tratando o tema com panfletagem e palestra para o público. A diretora do Padre Pedro, Elizabeth Maciel, destacou a importância de mobilizar a sociedade como um todo nessa questão. “Nosso papel é sempre estender a mão, acolher, nunca condenar, julgar, porque não é fácil para uma mulher, principalmente uma mãe de família, sair dessa situação porque envolve questões financeiras, medo das ameaças e a própria sociedade não aceita em sua essência uma mulher separada”.

Foto: Divulgação/Jimmy Christian/Seas

Palestras e debates

O movimento internacional está sendo tratado por outros centros de convivência. O CECF Maria de Miranda Leão, no bairro Alvorada, zona Centro-Oeste, realizou, na segunda-feira (27/11), a palestra do Instituto As Manas para o grupo de mulheres que frequentam o centro, visando a prevenção e o enfrentamento da violência contra as mulheres e outros comportamentos e práticas nocivas.

O CECF Magdalena Arce Daou, Santo Antônio, zona Oeste, promoveu, também na segunda-feira, palestras e debates sobre o assunto com o público participante dos grupos, usuários e comunidade. No mesmo dia, o CECF André Araújo, situado no bairro da Raiz, zona sul, apresentou uma palestra aos usuários com integrantes da Procuradoria da Mulher sobre o assunto.

O Centro Estadual de Convivência da Família 31 de Março, situado no bairro Japiim, zona Sul, vai realizar nesta quarta-feira (29/11), uma roda de conversa para tratar do tema, na área de convivência, das 14h às 15h.

O movimento propõe medidas preventivas e de combate à violência, incluindo ações de abordagens, orientação para mulheres em situação de vulnerabilidade, atendimento psicossocial para aquelas que necessitam de apoio emocional e divulgação dos canais de denúncia em casos de agressão, como o Disque 100 e 180. As ações envolvem ainda iluminação de espaços públicos para chamar atenção da população.

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