Grupo preso em operação usava empresas de contabilidade de fachada para lavar dinheiro do tráfico

Foto: Divulgação/MP-AM

O grupo preso durante a Operação Collusione, nesta terça-feira (25), em Manaus, usava empresas de contabilidade de fachada para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas. A informação foi repassada pelo Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Fábio Monteiro, durante entrevista coletiva de imprensa nesta manhã.

Quatro pessoas foram presas e uma quinta, Luciana Uchoa Cardoso, esposa do narcotraficante Marcos Roberto Miranda da Silva, o “Marcos Pará”, teve um mandado de prisão cumprido, mas já está presa.

Durante as investigações, que contaram com auditores do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Receita Federal, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), identificou que o grupo criminoso lavava dinheiro do tráfico de drogas usando empresas de fachada.

Foi identificado que um determinado CPF, de uma pessoa que mora em Tabatinga, recebia depósitos de diversos locais do País na sua própria conta pessoal. Em seis meses, foi movimentado na cerca de R$ 200 mil. Os dados chegaram ao MP em janeiro, a partir do Coaf, que achou a movimentação estranha e passou a rastrear.

“Não só de empresas mas de CPF de pessoas que ou eram processadas por tráfico de drogas ou associação para o tráfico já condenadas ou sendo processadas”, explicou Fábio Monteiro.

Com o aprofundamento das investigações, o MP constatou que vários escritórios de contabilidade, empresas de fachada, estavam sendo usados para lavar dinheiro do tráfico. “Aparentemente, esse seria um dinheiro lícito, mas evidentemente, comprovado que a origem dele é do tráfico”, disse Monteiro.

Prisões

Segundo o MP, foram presos Arnaldo Machado de Moura Filho, Américo dos Santos Aguiar Neto, Kellyane Vieira Somba e a irmã da Luciana Uchoa, Vânia Uchoa Cardoso. Também foi cumprido um mandado de prisão em nome de Luciana, mas ela já está presa no presídio feminino.

Outros 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Foram apreendidos computadores, celulares e outros bens que poderão auxiliar na continuação das investigações, conforme informou o promotor Flávio Mota, membro do Gaeco e que presidiu as investigações.

Especialidade

A Operação Collusione também mostrou, segundo Fábio Monteiro, que a facção criminosa, a qual ele preferiu não citar o nome, tem se especializado e está desempenhando funções para dificultar a identificação dos crimes por parte dos órgãos de controle.

“Passa por vários CPFs, por várias pontas até àquele alvo nosso que precisa ser identificado. Demonstra portanto o nível de especialidade”, ressaltou Fábio Monteiro.

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *