Conceição no PSDB, Átila no PP. Partidos podem mudar de mão na dança da janela partidária. Entenda o panavueiro

Conceição no PSDB, Átila no PP

Conceição no PSDB, Átila no PP, as duas principais mudanças da janela eleitoral, podem significar mexidas no comando partidário no Amazonas

A disputa na janela para troca de partidos é por hegemonia partidária e tempo de Rádio e TV na eleição. Determina também o tamanho do financiamento público das campanhas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciará, dia 18/06, o montante que cada partido receberá. As siglas lutam para aparecer bem na foto do realinhamento no Congresso Nacional. No Amazonas, a filiação de Conceição Sampaio (PP) ao PSDB mostra que o prefeito Arthur Virgílio está mexendo os pauzinhos. Ciro Nogueira e a direção nacional pepista fazem tudo por cadeiras federais. E o PP-AM, leia-se o empresário Francisco Garcia, está perto de filiar o também deputado federal Átila Lins. São mexidas que abrem frestas por onde se vê parte do panavueiro da disputa eleitoral deste ano.

 

Partidos

O governador Amazonino Mendes conversa com o presidente Michel Temer para trocar o PDT pelo MDB. A mexida é estratégica porque Amazonino ficaria desimpedido de apoiar Ciro Gomes, candidato a presidente do PDT. Os dois nunca se deram bem.

 

Chapa dos sonhos

Amazonino sonha em formar chapa com ele candidato à reeleição e Eduardo Braga e Rebecca Garcia disputando o Senado. Mas o governador, enredado até o pescoço com a greve dos professores, ainda não conversou com nenhum dos dois. Rebecca tem compromisso com David Almeida, que ela afirma estar de pé. Braga tem procurado Amazonino, mas não acha brecha na agenda deste para conversa definitiva.

 

As metas de Arthur

Arthur Virgílio ficou surpreso com a representatividade na cerimônia de entrega de 100 mil lâmpadas às 61 prefeituras do interior. Atrasou a entrega das luminárias, substituídas em Manaus pelas de LED, porque prefeitos insistiram em conversas privadas com ele. Não havia nada disso programado e ele imaginara cerimônia puramente protocolar. Saiu, ao final, animado e convicto de que emplacará as metas que se impôs pessoalmente na eleição.

 

As metas de Arthur (2)

Arthur fica na Prefeitura até o fim, como fez no mandato 1989-1992. Não vai se desincompatibilizar. Ele articula chapas fortes de deputado estadual e deputado federal – vide a filiação de Conceição Sampaio. E trabalhará para o PSDB ficar com pelo menos uma cadeira de senador das duas em disputa este ano.

 

As metas de Arthur (3)

O prefeito de Manaus apresenta um histórico recente favorável. Apoiou o vencedor ou venceu pessoalmente as últimas quatro eleições: ele próprio, eleito prefeito (2012), José Melo governador (2014), a própria reeleição (2016) e Amazonino tampão (2017). Rompeu e fez alianças que, em política, significaram o mesmo que na aviação fazer acrobacias com Boeing. Agora, dirigentes do PSDB-AM, ouvidos pela coluna, afirmam que tem repetido um mantra: “Vamos compor a chapa majoritária. Ou na cabeça ou, no mínimo, como vice”.

 

Bisneto sai quinta

O último dia da janela partidária e de desincompatibilização para quem ocupa cargo no Executivo é 7/4. Como cai no sábado, todos os pré-candidatos tratarão de sair até sexta. Querem evitar uma desagradável querela judicial por conta da data de saída. Secretário-chefe da Casa Civil da Prefeitura, o deputado federal Arthur Bisneto deixa o cargo nesta quinta (03/04). Vai reassumir a cadeira, ocupada interinamente por Carlos Souza, na Câmara dos Deputados.

 

Decisão só em julho

O PSDB já deliberou que as decisões sobre nomes, chapas e alianças só serão tomadas oficialmente em julho. É o último prazo. As convenções acontecerão, segundo o calendário eleitoral, entre 20/07 a 5/08.

 

David e Rebecca

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), David Almeida, e Rebecca Garcia têm bases muito claras de acordo. Quem tiver mais votos, em pesquisas encomendadas por ambos, disputa o Governo. O outro fica livre para escolher o que vai disputar.

 

David e Rebecca (2)

As últimas pesquisas, internas, mostram David e Rebecca empatados. E que um depende muito do outro para ter chances numa disputa do Governo do Estado.

 

Bosco fez sucessor e abriu mão da vice

Bosco Saraiva, secretário estadual de Segurança e vice-governador, fez o sucessor, o tenente-coronel Anezio Brito de Paula. Fez também a delegada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Juliana Tuma, secretária-executiva. O preço seria a liberdade para Amazonino Mendes compor a chapa da reeleição. Bosco foi indicado vice na composição com o PSDB, do prefeito Arthur Virgílio, que, tudo indica, não marchará com Amazonino. Bosco até trocou o ninho tucano pelo Solidariedade.

 

Deodato é dúvida

O antes convicto secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, tem se mostrado em dúvida nos últimos dias. Ex-líder estudantil, ele sonha em um lugar ao sol na disputa de cargos eletivos. Quer ser vice de Amazonino ou suplente de senador. Acha que chegou a vez dele. Certeza absoluta dessa convicção, porém, só depois de sábado, último prazo de desincompatibilização. Ele terá que deixar o cargo e lutar na planície para concretizar os projetos.

 

Professores

O nó da greve dos professores é o calendário escolar. Há uma série de gatilhos, impostos pela legislação, relacionados ao cumprimento das horas-aulas anuais. A cada dia de paralisação, a falta de datas aponta para trabalho sábados e feriados até o fim do ano.

 

Professores (2)

Amazonino tentou repetir com os professores a estratégia que deu certo com os policiais militares. Às vésperas de greve da PM, ele encarou uma assembleia lotada da categoria e dissolveu o movimento. Agora, diante dos professores, não tem resistido a um argumento incontestável: os contracheques apresentados pelos mestres.

 

Professores (3)

Amazonino tenta empurrar com a barriga uma decisão sobre a greve dos professores até a terça-feira (10/04). É o último prazo, sempre de acordo com o calendário eleitoral, para reajuste salarial. Depois poderá dizer que a legislação o impede de atender ao pleito dos mestres. Só não combinou com os russos o impacto que isso terá na tentativa de reeleição.

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