Cadeia feminina tem início de rebelião com reféns. Rocam confirma fogo no pavilhão 1 e cinco presas vão para o isolamento

Alteração na penitenciária feminina foi confirmada pela Seap. Segundo policiais, presidiárias estão atuando com ordens do presídio masculino. Situação, segundo Seap, foi contornada às 18h após negociações. Foto: Stéfany Seixas/ Seap

Uma alteração no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), no KM 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) nesta quarta-feira (6). A Seap informou, em nota, que três agentes de socialização da empresa co-gestora foram feitos de reféns por cinco internas do pavilhão 1, durante o banho de sol, próximo ao horário da tranca da unidade. Outras 39 internas se juntaram à rebelião.

De acordo com informações das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), que estão com equipes no local, foi estabelecido um perímetro de segurança para evitar que as detentas cheguem a área do seguro e autoridades estão em negociação com as internas. Uma presa que era alvo de represália foi retirada do local.

A Rocam também informou que há fogo no pavilhão 1 da unidade. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados no Amazonas (OAB-AM), Epitácio Almeida, está no local.

A ocorrência foi coordenada pelo secretário executivo adjunto da Seap, major Klinger Paiva e pelo coordenador do sistema penitenciário, major Lima Júnior, que juntamente com equipes da secretaria, da Polícia Militar do Amazonas e Força Nacional, realizaram as negociações com as internas, que aceitaram liberarem os reféns com a presença de um representante dos Direitos Humanos.

Por volta das 18h, as internas se renderam e os reféns foram liberados. As cinco presas envolvidas na ocorrência serão colocadas no isolamento como forma de punição administrativa. A Seap reforça que os demais procedimentos administrativos e disciplinares serão aplicados.

O secretário de Estado de Administração Penitenciária, coronel da Polícia Militar, Cleitman Coelho, explica que todas as reivindicações das internas foram ouvidas pelas equipes que realizam as negociações, e que alguns pontos para melhorias na convivência e estruturas serão estudados.

O secretário afirma ainda que o Estado não vai admitir que sugestões, críticas ou queixas dos internos do sistema prisional sejam repassadas através de ações como a de hoje. Cleitman Coelho ressalta que o diálogo de forma pacifica deve ser usado e que atitudes que colocam em risca a vida de pessoas inocentes não podem ser utilizadas como manobras de exigência ou enfrentamento da população carcerária.

Histórico

A alteração teve início após às 15h30, durante o procedimento de tranca. Equipes da Seap estão na unidade para controlar a situação, e a Polícia Militar, a Força Tática, o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento de Ambulância Móvel (Samu) foram acionados para prestar apoio na unidade. No CPDF estão 108 presas.

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