Convênio para asfaltamento do distrito industrial deve ser assinado semana que vem, após vai-e-vem recorde

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As ruas esburacadas do distrito industrial são candidatas ao posto de maior vergonha manauara

O convênio de R$ 150 milhões, que permitirá a reurbanização das ruas do distrito industrial da Zona Franca de Manaus, está pronto para ser assinado. A superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, resolveu se antecipar e promoveu vai-e-vem cauteloso, mas em tempo recorde, nos órgãos fiscalizadores. A Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério Público Federal (MPF) foram ouvidos na fase de minuta do texto final, ponto por ponto, procurando evitar o desastre dos diversos convênios anteriores, que ainda são objetos de processos envolvendo superintendentes anteriores. Agora está tudo certo e, semana que vem, Rebecca e o prefeito Arthur Virgílio devem assinar o documento. A última pendência será o projeto executivo da obra, a cargo da Prefeitura de Manaus, para iniciar o ansiado asfaltamento das ruas.

 

História

As ruas do distrito industrial, totalmente esburacadas, são objeto de polêmica antiga. Prefeitura e Governo do Estado se recusam a realizar o serviço, afirmando que a responsabilidade é da Suframa. Esta, por sua vez, chegou a ser impedida, judicialmente, de fazer a obra. O Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), o Governo do Estado e até o Exército Brasileiro foram objeto de convênio, com dinheiro federal disponível, mas não lograram êxito na realização da obra. É por isso que a superintendente Rebecca Garcia se cerca agora de tantas cuidados jurídicos.

 

Dinheiro disponível

A assinatura do convênio entre Suframa e Prefeitura de Manaus é o último passo antes que o dinheiro seja disponibilizado, pelo Governo Federal, para a infraestrutura do distrito industrial. O montante fica na conta da Suframa. Depois é só o prefeito apresentar o projeto da obra, que custa em torno de 1% do valor total, cerca de R$ 1,5 milhão, para o dinheiro chegar aos cofres municipais. Aí o trabalho começa e deve acabar o inacreditável vexame de os investidores virem a Manaus e descobrirem que seus recursos repousarão em solo lunar.

 

Melo fala

O governador José Melo voltou a dar entrevistas. Saiu do mutismo. Dizem até que quando abre a porta da geladeira, de noite, começa a falar, imaginando na luz que se acende os refletores da TV.

 

‘Pérolas’

Melo parece não planejar o que diz. Tentando atingir Eduardo Braga, adversário na disputa judicial do Governo, disparou contra aliados menores do senador, numa picuinha que não cabe na liturgia do cargo que ocupa. E acabou atingindo o senador Omar Aziz, ao dizer que, “até chegar ao Governo”, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) só fazia grandes empréstimos. “Comigo a agência passou a investir no microcrédito”, disse. Melo sucedeu a Omar, de quem era vice-governador, e foi secretário de Governo de Braga. Sabia muito bem, portanto, dos tais empréstimos aos amigos.

 

Conta de luz

A Amazonas Energia, leia-se Eletronorte ou Ministério das Minas e Energia, resolveu chutar o balde e contar que não é o grande vilão da conta de luz. Afirma, em comercial amplamente veiculado no rádio e na TV, que fica com apenas R$ 12 (doze reais) de cada R$ 100 cobrados do consumidor. Menos que o Governo do Amazonas, por exemplo, que leva R$ 25, a título de ICMS. É um escândalo. Cadê os parlamentares do Amazonas que não iniciam campanha para desonerar a conta de luz?

 

O que está por trás

Por trás da aparente “transparência” da Amazonas Energia está a tentativa de justificar a salgada conta de luz. É que, a partir deste dezembro, residências terão aumento (que os economistas teimam em chamar de “reajuste”) de 21,54% e indústrias de 17,78%. E o salário, ó!!!!

 

Xinaik chorou

xinaik-choroO prefeito cassado de Iranduba, Xinaik Medeiros, chorou ao depor no processo em que é acusado de promover o desvio de R$ 56 milhões da Prefeitura daquele Município. Ajudou os advogados a tentar emplacar a tese de que, devido à formação educacional precária, ele teria sido usado no esquema de corrupção na Prefeitura.

 

Sem exceção

A prisão, cassação e muito provável condenação de Xinaik Medeiros serve de lição para os demais prefeitos, que queiram se escudar na mesma justificativa. A lei não oferece exceções para os pouco letrados ou simplórios. Isso não foi obstáculo, por exemplo, para o prefeito punido ter costurado alianças complicadas, que o levaram à surpreendente vitória sobre o ex-prefeito Nonato Lopes e o atual prefeito eleito de Iranduba, Chico Doido, no pleito de 2012.

 

Maratona

O juiz de Iranduba, Jorsenildo Dourado do Nascimento, que já havia cumprido tarefa de Hércules ao levar Xinaik Medeiros e os demais 12 acusados de roubar os cofres de Iranduba ao banco dos réus, em tão pouco tempo, viveu nova maratona processual. Ouviu 33 testemunhas de acusação e 20 das 49 de defesa, depois que as demais desistiram, com interlocução de 13 advogados e cinco promotores. O trabalho foi de terça (13/12) a terça (20/12). Contando o recesso de fim de ano, os prazos para alegações finais e a complicada análise dos dados, o juiz deve emitir a sentença em março ou abril de 2017. Se conseguir – e tudo indica que conseguirá – terá batido um recorde.

 

Adoeceu

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Jorsenildo Dourado aguentou o rojão da maratona de audiência no processo de Xinaik Medeiros, mas depois adoeceu

Jorsenildo, terminada a instrução do processo, onde foi o único presente em todos os momentos, caiu de cama. Pegou forte gripe. Os médicos disseram que a imunidade dele baixou, devido ao esforço físico exaustivo.

 

Secretariado

O prefeito Arthur Virgílio anuncia mudanças no secretariado municipal entre os dias 30/12 e 1º/01. Dois dias antes ou logo após a posse no terceiro mandato. A costura dos nomes tem entrado pela madrugada.

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