Leitura da mensagem anual de Melo, na reabertura do Legislativo, mostra quadro da política amazonense atual

O governador José Melo foi à Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (01/02), para a leitura protocolar da mensagem governamental de abertura dos trabalhos. Foi alvo de uma manifestação isolada de um militante, que lhe atirou notas falsas, quando dava entrevista, mas, sobretudo, leu uma mensagem cheia de floreios e da tentativa de contraditar a crise da administração com discurso. Problemas na saúde? “A saúde conseguiu estes e aqueles avanços e vamos avançar mais…” E por aí vai. Melo confirma Abraham Lincoln (“Tenha a opinião pública a seu favor e todo o resto lhe será possível”), só que nos viés da opinião pública contrária, devido ao desgaste dos salários e fornecedores atrasados e da ação de lobistas. Todo político, no momento atual do Brasil, tem dificuldade para fazer acreditar em promessas. Cassado e acossado, Melo tem muito mais.

 

Militante

Hinaldo Castro, 21 anos, identificado como integrante da Pastoral da Juventude da Área Missionária São Pedro e Líder do Movimento Levante Popular da Juventude (seja lá o que for isso), seria militante do PT. O partido nega. Foi ele quem atirou as notas falsas no governador José Melo. Não cometeu nenhum crime e só foi para o 12º DIP como denunciante. Não há razão para a sigla renegar a filiação ou o apoio ao manifestante. A não ser que queira afastar os demais com essa praxe.

 

TRE-AM ausente

É parte do protocolo, durante a leitura da mensagem anual do governador, a presença de representantes de todos os demais poderes, inclusive a Justiça Eleitoral. A desembargadora Socorro Guedes, presidente do TRE-AM, não só não foi ao ato como não mandou representante. Está certo que a corte acaba de cassar o governador, mas a vida institucional não pode ser interrompida.

 

Acórdão

Foi publicado nesta segunda-feira (01/02) o inteiro teor do acórdão do julgamento que cassou o governador José Melo. Sexta-feira saiu apenas a ementa, um pequeno extrato da decisão. Só agora é que os advogados estão formalmente notificados e passam a contar os prazos. A defesa de Melo tem três dias para interpor os tais “embargos declaratórios”, buscando esclarecer pontos que considere obscuros da decisão, preparando o terreno para recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Guerra

O governador José Melo e o prefeito Arthur Virgílio estão em batalha cada vez mais dura contra o senador e ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga. Na Justiça Eleitoral e nas mídias sociais. O confronto é cada dia mais severo e o número de perfis falsos é cada dia maior.

 

Mudou

Tudo indica que houve mudança no secretariado estadual, nesta segunda-feira (01/02). Após cerca de seis anos à frente da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), a jornalista Lúcia Carla estaria saindo para a entrada de Amaral Augusto, da TV Em Tempo. Lúcia está pedindo para sair há semanas. O anúncio oficial deve ser quarta-feira, mas nada ainda está publicado no Diário Oficial do Estado.

 

Vai fechar

Uma grande operadora de plano de saúde vai fechar em Manaus. A última pendência é a Agência Nacional de Saúde (ANS) definir quais outros planos vão absorver os segurados, oferecendo as mesmas condições do que falir. A fonte do portal afirma que de fevereiro não passa.

 

TAP

A TAP abandona o voo Manaus-Lisboa-Manaus a partir de março. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, o secretário estadual de Planejamento, Thomaz Nogueira, e a presidente da Amazonastur, Oreni Braga, foram até Lisboa para ouvir o que todos sabem: o Amazonas cochilou, não trabalhou a empresa e o voo está cancelado “porque essas coisas da aviação são planejadas com antecedência e não podem ser revertidas assim”. Ficou o consolo de que, daqui a seis meses, a TAP volta a “pensar no assunto”.

 

Seguro-Defeso

O Batalhão Ambiental tem feito seguidas apreensões de pescado capturado por pescadores que estariam infringindo o período do Defeso. É preciso atualizar a polícia. O Defeso foi suspenso por portaria dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. A portaria foi suspensa por Decreto Legislativo do Congresso Nacional, mas, dia 06/01 a presidente Dilma Rousseff entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o decreto. Dia 07/01, o ministro Ricardo Lewandowski, no plantão, derrubou o decreto, ou seja, o Defeso morreu. O pescador pode pescar e a polícia ambiental não pode prendê-lo.