Primeira usina solar flutuante no lago da hidrelétrica de Balbina recebe equipamentos de instalação

Eletronorte começou a receber os primeiros equipamentos para compor a primeira usina sola fotovoltaica flutuante em lago de hidrelétrica. Sistema é inédito no mundo. Fotos: Divulgação

O primeiro projeto-piloto no mundo de exploração de energia solar em lagos de usinas hidrelétricas, em um flutuante, começou a receber os primeiros equipamentos em Balbina, no Município de Presidente Figueiredo (distante 107 quilômetros de Manaus).

A Eletronorte começou a receber os insumos que vão compor a primeira usina solar fotovoltaica flutuante que será instalada no reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) Balbina.

Já foram entregues 2.712 estruturas plásticas flutuantes, 19.292 módulos fotovoltaicos de silício policristalino e os dois eletrocentros equivalentes à transformação de 5 megawatts (MW) de energia, compostos por inversores e transformadores, que vão elevar a tensão para 13,8 kV. Com os 5 MW é possível abastecer, por exemplo, 9 mil casas.

Capacidade

Inicialmente, a usina solar fotovoltaica terá potência de 1 MWp, com previsão de início de montagem este ano e entrada em operação em março de 2018. A usina será ampliada e deve atingir 5 MWp de capacidade até julho de 2018, com uma área aproximada de 50 mil metros quadrados.

“Um dos benefícios desse sistema solar flutuante é a melhora do desempenho, porque a perda deve ser bem menor do que em terra, devido à redução esperada da temperatura de operação”, informa Davidson Pereira Campos, gerente do Departamento de Gestão da Inovação Tecnológica e Eficiência Energética.

A Eletronorte aguarda apenas a emissão de uma autorização do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) para começar a instalação do sistema fotovoltaico flutuante.

A pesquisa que embasa o desenvolvimento desse sistema integra a carteira de projetos da Eletronorte de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), normatizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O projeto completo, envolvendo Eletronorte e Chesf, as empresas Sunlution e WEG, além da universidades federais de Pernambuco (UFPE) e do Amazonas (Ufam), com suas respectivas fundações, conta com previsão de investimentos de R$ 114 milhões.

Infraestrutura

O projeto utiliza a infraestrutura já existente em Balbina, como subestação e linhas de transmissão, possibilitando a geração híbrida solar e hidrelétrica, diminuindo a necessidade de investimentos.

Segundo Davidson, a sustentabilidade é outro ponto importante, pois “com a geração solar, pode ser reduzida a geração hidráulica e o despacho de máquinas, possibilitando a economia de água”.

A pesquisa vai demonstrar, entre outros resultados, a viabilidade técnica e ambiental desse projeto e poderá ser utilizada como insumo para futuros leilões de energia renováveis em lagos de usinas hidrelétricas.

Também está prevista a instalação de um sistema solar fotovoltaico semelhante, com 5 MWp de potência, na Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, sob responsabilidade da Chesf.

Iniciativa

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a iniciativa já foi implementada em outros países, mas em reservatórios comuns de água. No caso do Brasil, a engenharia será utilizada nos lagos das hidrelétricas, permitindo aproveitar as sub-estações e as linhas de transmissão das usinas, além da lâmina d’água dos reservatórios, evitando desapropriação de terras.

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