A situação insustentável de Temer

Augusto Bernardo Cecílio*

No momento em que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF autorizou o interrogatório de Temer no inquérito em que é investigado com base nas delações premiadas dos donos da JBS, e no meio de tantas denúncias, incluindo o suposto acerto de R$ 500 mil por semana por longos 20 anos, além da ridícula cena do deputado correndo com uma mala de dinheiro entre os carros, mesmo assim continuam as articulações contra os trabalhadores.

Na base aliada, que perdeu totalmente a força, deputados se articulam para restringir mudança constitucional da Previdência a funcionalismo público. Querem retirar do texto os trabalhadores do setor privado, os rurais, idosos e deficientes de baixa renda, para ganhar apoio das bancadas do Nordeste e do PSDB. E quem pagaria o pato? Os servidores públicos. Estão preocupados porque querem honrar os compromissos com os banqueiros e financeiras, que lucrariam com a previdência particular.

Preocupadas com os últimos fatos noticiados pela imprensa envolvendo o Presidente da República e diversos parlamentares, a Febrafite e suas filiadas publicaram nota pública alertando sobre a importância da serenidade neste momento de crise para a tomada de decisões e reafirmando à sociedade brasileira o compromisso das instituições de Estado.

As entidades criticaram veementemente os atos de violência, bem como a depredação do patrimônio público ocorridos na manifestação realizada na quarta-feira passada (24), em Brasília, e a medida do Governo Federal de convocar as Forças Armadas para fazer a segurança do Distrito Federal. Eis o documento na íntegra:

A Febrafite, Entidade Nacional que congrega as Associações dos Fiscos Estaduais e Distrital, com mais de trinta mil associados, vem a público manifestar sua preocupação diante dos últimos fatos noticiados pela imprensa envolvendo o Presidente da República Michel Temer e diversos parlamentares, que agravaram ainda mais a crise política brasileira.

Sem entrar no mérito da veracidade das acusações divulgadas no último dia 18 e que estão sendo investigadas pelos órgãos competentes, a Febrafite e suas filiadas chamam a atenção das autoridades que estas ocorrências, com repercussão internacional, tornaram insustentável a permanência do atual Presidente da República à frente da nação.

Este cenário de crise, que envolve muitos parlamentares, retira do Congresso Nacional sua legitimidade política para votar qualquer proposta de reforma, como pretende o Governo Federal.

A Febrafite e suas filiadas manifestam, ainda, repúdio, de um lado à medida do Governo Federal que convocou as Forças Armadas para fazer a segurança no Distrito Federal, em um dia de manifestações legítimas da sociedade, e de outro lado aos atos de vandalismo realizados por grupo organizado de origem desconhecida contra o patrimônio público, um não justificando a utilização do outro, assim como desvios de conduta em todo esse processo devem ser penalizados.

Consciente da gravidade do momento político, a entidade alerta que se faz necessário serenidade na tomada de decisões e reafirma à sociedade brasileira o compromisso das instituições de Estado e de seus servidores públicos de permanecerem vigilantes e atuantes em defesa do Brasil, conforme garante a Constituição Federal.

Que toda essa “crise” possa representar, além de “preocupação”, um momento de oportunidades, com mais maturidade política, ética e responsabilidade para avançarmos na busca de um Brasil melhor para todos.

 


*Auditor Fiscal da Sefaz

Augusto Bernardo Cecílio

Augusto Bernardo Cecílio

* Auditor fiscal da Sefaz, coordena o Programa de Educação Fiscal no Amazonas.

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1 comentário

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  1. Almir Barros Carlos disse:

    Toda essa “crise”, foi criada pelo PT e seus comparsas, com um único objetivo: tumultuar o país, atrapalhando assim as votações para as mudanças que sabemos todos, serem necessárias para que o Brasil possa “respirar” pois foi brutalmente asfixiado por Lula e seus cúmplices. De tudo, o que interessa realmente, é não deixar passar a Lei que faculta ao trabalhador, contribuir ou não com o “sindicato” de sua categoria. Na realidade, o trabalhador tem hoje o “imposto sindical” e não contribuição e os destruidores do pais sabem que com a mudança, a maioria desses sindicatos de ladrões, não sobrevive! É só e por isso, que eles estão lutando contra esse governo!