Revolução digital

Computadores são como bicicletas para nossas mentes”.

Steve Jobs

 

Quando surgiram as primeiras máquinas movidas a energia elétrica, durante a revolução industrial,  pensava-se que toda a estrutura de produção baseada nas máquinas a vapor sumiria repentinamente. Era um equívoco. Foi preciso vários anos para que todo o sistema produtivo se adaptasse com novos conhecimentos, novos profissionais, novas plantas industriais, nova mentalidade organizacional.

A revolução da internet parece caminhar de igual maneira. Lentamente estamos nos adaptando à vida online e nunca tantas pessoas puderam comunicar-se, trabalhar, trocar dados, produzir e, principalmente, inovar em ritmo tão frenético. Segundo Friedman, chegamos em 2000 na era da Globalização 3.0. As mudanças tendem a acelerar a transição para a chamada “sociedade virtual”.

A plataforma para essa nova fase da Globalização é produto da tripla convergência entre o computador pessoal (acessibilidade digital), o cabo de fibra ótica (capacidade de transmissão de dados) e os softwares de fluxo de trabalho (teletrabalho).

Observações empíricas demonstram que a posse de computadores pessoais portáteis cresceu na proporção do fenômeno de inclusão social ocorrido na Índia, China, Brasil e Rússia, além de outros países do sul nos últimos quinze anos. Milhões de pessoas melhoraram de vida, ascenderam à classe média e, definitivamente, entraram no “game”, adquirindo equipamentos e inserindo-se no mundo virtual.

Os investimentos das empresas de tecnologia em redes de fibra ótica – grandes “rodovias” de transmissão de dados – foram enormes até a queda das chamadas empresas pontocom. Após a bolha e refeitos dos impactos financeiros negativos, descobriu-se que o grande ativo dessas entidades falidas era os cabos de fibra ótica, lançados e submersos nos oceanos, interligando países e comunidades.

Por fim, após enormes avanços, os softwares de fluxo de trabalho permitem que um exame médico seja realizado em uma cidade e seu diagnóstico seja emitido por outro médico, em outro país. O comércio de partes e peças já se aproxima do comércio de bens acabados e até mesmo serviços são terceirizados de um país para outro, sem prejuízos de resultados. Quando ligamos de Manaus para um serviço de call center, provavelmente seremos atendidos por alguém baseado no Nordeste.

Essas ferramentas juntas viabilizam o crescimento exponencial das capacidades humanas em todos os aspectos. A Índia absorve serviços dos EUA. O Brasil, por exemplo, já é o sétimo maior mercado de internet do mundo. Segundo o jornal Folha de São Paulo o número de municípios no Brasil com acesso à internet rápida móvel chegou a 48,6% no ano passado. Em 2010, eram 23,4%.

No Amazonas, apesar das dificuldades geográficas em implantar uma rede de transmissão de dados, podemos comemorar um grande avanço na área. Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sectam), a Empresa de Processamento de Dados do Amazonas S/A (Prodam) e a Telebrás viabilizará a implantação de banda larga de internet em municípios do interior do Amazonas.

O projeto prevê o uso da infraestrutura já existente de cabo de fibra ótica do gasoduto Coari-Manaus para instalação do serviço, que contemplará os municípios de Iranduba, Manacapuru, Caapiranga, Novo Airão, Anamã, Anori, Codajás e Coari.

É conhecida a ideia de que não possuímos rodovias, mas rios dos quais nos servimos para quase tudo em matéria de logística. Modernamente poderemos contar com rodovias virtuais, que levarão educação, pesquisa, saúde e emprego ao interior do Estado. Mais de um milhão de amazonenses poderão ser os principais beneficiados por esse avanço. Não é pouca coisa.

Junior Brasil

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* Júnior Brasil é Perito em Contabilidade e Finanças, especialista em administração Pública e Mes...

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