Atração no Cineteatro Guarany, curta ‘Os Anseios das Cunhãs’ trata de liberdade feminina e questiona amarras machistas da sociedade

Foto: Divulgação

Neste sábado (23/03), às 19h, o Cineteatro Guarany (avenida Sete de Setembro, Centro de Manaus, ao lado do Centro Cultural Palácio Rio Negro) exibirá o curta-metragem “Os Anseios das Cunhãs”. A obra foi dirigida pela escritora, poeta e produtora de audiovisual Regina Melo e narra a jornada de mulheres do interior do Amazonas rumo à capital da Zona Franca. O filme se baseia em um poema escrito por Regina Melo no início dos anos 80. Bastante elogiado, o curta chegou a ser contemplado no prestigiado Prêmio Carmen Santos Cinema de Mulheres 2013.

O poema que inspirou o filme recebeu uma versão em história em quadrinhos (HQ) em 2005, e logo depois acabou sendo premiado como melhor roteiro pelo Governo do Estado do Amazonas. A ideia de adaptá-lo para o cinema surgiu posteriormente, e o curta de 20 minutos foi a opção escolhida para apresentar a obra completa.

A diretora utilizou o imaginário lúdico e poético para abordar um tema bastante delicado: a prostituição. No entanto, ela esclarece que a obra não se limita somente a esse tema, e traça caminhos bem mais reflexivos, fazendo com que o curta metragem funcione como um manifesto sobre a liberdade feminina, questionando os espaços de dominação masculina na sociedade.

“É um filme que questiona a liberdade feminina e procura romper com os espaços masculinos de dominação. As mulheres tomam a cidade e ocupam as ruas, desafiando o sistema”, afirma Regina Melo.

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Atualmente gravando outro longa baseado em uma de suas poesias, Regina compartilhou um pouco do processo de filmagens do projeto que contou com uma grande equipe feminina desde os bastidores até a frente das câmeras: “Em 2013, o filme foi contemplado no Prêmio Carmen Santos Cinema de Mulheres, o que nos permitiu produzir o curta com uma equipe majoritariamente feminina. O processo de filmagem foi uma experiência mágica, refletindo a poesia e a musicalidade da obra. Atualmente, estou envolvida na produção de outro filme, ‘O Poema’, com características próprias e surpreendentes, baseado em um poema da mesma época”.

Experiências das participantes revelam a união feminina na luta contra a discriminação machista. Fabiane Borges, preparadora de elenco, descreve a experiência como “uma espécie de confraria feminina em defesa da liberdade”. Para Rosângela Aufiero, psicóloga e diretora de som, a poesia equilibra a dura realidade retratada.

Koia Refkalefsky, atriz e diretora de arte, destaca as complexidades do universo feminino explorado no filme: “Falar das cunhãs por meio de uma equipe de mulheres, apesar de ter sido uma tarefa complexa, porque o universo feminino é sempre um enigma, foi também uma experiência fantástica”, relata.

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