Bosco Saraiva anuncia Distrito Agropecuário para Suframa, além de terras, produtos e indústrias

Bosco Saraiva anuncia

Bosco Saraiva anuncia a inauguração de infraestrutura para receber agroindústrias em Rio Preto da Eva, nesta entrevista exclusiva

Vereador, deputado estadual e deputado federal, o superintendente da Zona Franca de Manaus, Bosco Saraiva, está usando toda a experiência política para tirar a Suframa do aspecto de terra arrasada que encontrou. Luta internamente para motivar o funcionalismo e externamente na consolidação de parcerias institucionais. Conversou com todos os governadores e prefeitos da área de abrangência da autarquia e aparou as arestas.

Menos de um ano após a posse, que se deu em 25/04/2023, Bosco enfileira conquistas. A principal delas, a inauguração do Distrito Agropecuário de Rio Preto da Eva, prevista para este ano, remove entulhos que remontam à própria inauguração da Suframa. “Não basta produzir café, laranja, limão, tangerina, com alta qualidade. Precisamos avançar para a industrialização disso”, enfatiza.

Em novembro do ano passado, graças a parcerias na iniciativa privada, voltou a ocorrer a Feira de Sustentabilidade da Zona Franca de Manaus (Fespim), em Brasília. Dia 28, data de aniversário da autarquia, o Conselho de Administração da Suframa (CAS) avaliará 30 novos projetos. É um reflexo da aprovação de texto favorável ao modelo na Reforma Tributária, com atração de novas empresas e novos produtos.

Tem ainda o combate às invasões de terras. O Distrito Industrial de Manaus, a galinha dos ovos de ouro da economia do Amazonas, chegou a permitir, antes dele, as invasões Coliseu 1, 2 e 3.

Descontraído e bem-humorado, o superintendente recebeu o portal e até falou sobre seu histórico de sambista, autor de um dos sambas-enredos mais populares do Amazonas. Veja, abaixo, a íntegra da entrevista:

 

Portal do Marcos Santos – A impressão que um visitante tinha da sede da Suframa era de terra arrasada, um local escuro e sem gente. Era o panorama do período da sua posse como superintendente. Como está a situação hoje?

Bosco Saraiva – Isso mudou. Um grande grupo de servidores se integrou no trabalho de soerguer a Suframa. O tempo que passou sem relacionamento institucional com empresas e outros órgãos de desenvolvimento do Amazonas, da Amazônia Ocidental e do Amapá, deixou todos muito distantes. Havia uma tensão no quadro de servidores. A gente seguiu com o trabalho, com simplicidade, desfazendo isso. Agora nós temos programas de transparência e controle, fazendo com que a confiança tenha sido restabelecida.

 

pms.am – Quais respostas o senhor tem percebido na sociedade?

Bosco – Fechamos 2023 com o integral apoio da bancada federal do Amazonas, em primeiro lugar. Todo o relacionamento com órgãos de comunicação, sociedade em geral, universidades, institutos, fundações, foi restabelecido. Sempre somos tratados com muita cortesia. Fomos à base, dentro das fábricas e até nas fazendas agrícolas que estão cobertas pela Suframa. Não houve hostilidade, mas muito incentivo para continuar o que estamos fazendo. Acho que o trabalho está agradando.

 

pms.am – Por falar em fazendas agrícolas, como anda o Distrito Agropecuário, em Rio Preto da Eva?

Bosco – Com a Prefeitura de Rio Preto da Eva (RPE) estamos construindo o Distrito Agropecuário, com 20 lotes de agroindústrias. A unidade da Suframa em RPE está sendo recuperada e brevemente voltará a funcionar. Isso vai gerar empregos para o povo de lá. Não basta produzir café, laranja, limão, tangerina, com a alta qualidade atingida pelos produtores do Município. Precisamos avançar para a industrialização disso. Vamos processar suco de laranja, moer e ensacar café etc. A partir daí, seguimos como exemplo para outras regiões do Amazonas. Sempre se falou em desenvolver essas regiões, mas não houve incentivo ao setor privado e é isso que a gente quer promover. Esse distrito agroindustrial do Rio Preto da Eva trará a iniciativa privada para gerar emprego e renda.

 

pms.am – Esse Distrito Agropecuário é o que teve ajuda direta do presidente Lula?

Bosco – Sim. Ele ajudou a liberar os recursos para a infraestrutura e já nesse ano de 2024 será inaugurado. Quinze dias atrás reuni com o prefeito Anderson e ele me disse que as coisas estão caminhando muito bem.

 

pms.am – Outra característica evidente do abandono da Suframa, antes da sua posse, foram as invasões. Tanto que existe hoje Coliseu 1, 2 e 3, dentro das terras do Distrito Industrial 2. Como está essa situação?

Bosco – Estamos cuidando para não permitir novas invasões e vamos regularizar, com Brasília e Prefeitura de Manaus, o que já está tomado. Em breve vamos ter um retrato do Distrito 2 para colocar à disposição das empresas. Há alguns anos foi abandonada a vigilância das terras e admitido o preço do metro quadrado na planta da Prefeitura. Isso dificultou para o estabelecimento de novas empresas e as invasões, que são comuns em Manaus, principalmente em anos eleitorais, tomaram conta de boa parte do Distrito 2. Mas ainda há muita área. Reagimos a algumas invasões e impedimos que acontecessem, com cooperação da Polícia Militar do Amazonas. Você verá, brevemente, o lote de terras que colocaremos à disposição de novas empresas.

 

pms.am – Como anda o relacionamento com o governador Wilson Lima e os governadores dos outros Estados abrangidos pela Suframa?

Bosco – Muito bem. Posso dizer que estamos 100% afinados. Fizemos a integração, com cortesia e seriedade que essas autoridades merecem. O afastamento era uma marca do mal momento vivido pela Suframa. Fizemos também a integração com outros organismos, como Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e Basa (Banco da Amazônia), além dos governos do Acre, Roraima, Rondônia e Amapá. Não só governos, mas também prefeituras desses Estados, estão no nosso raio de ação e aproximação e no Amazonas não foi diferente.

 

pms.am – A ida do ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-vereador Serafim Correa para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) ajudou?

Bosco – Muito. Tenho relacionamento de amizade pessoal com ele. Fomos vereadores e deputados juntos. A ida dele para a Sedecti nos ajudou muito. Estamos trabalhando no alfandegamento do porto de Tabatinga e em outros projetos. Sem contar que as coisas ficaram muito mais fáceis em relação às reuniões do Codam (Conselho de Desenvolvimento do Amazonas, que analisa isenção do ICMS para empresas do Polo Industrial de Manaus).

 

pms.am – Como está esse trabalho de atração de novas empresas?

Bosco – Dia 28 próximo teremos a primeira reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa) deste ano, quando a Suframa faz 57 anos. Já há 30 projetos que serão analisados. É bom registrar que a aprovação do texto constitucional, na Reforma Tributária, foi o segundo mais importante evento econômico do Estado, depois da própria criação da Zona Franca de Manaus.

 

pms.am – Tão positivo assim?

Bosco – Não tenho a menor dúvida. O estabelecimento, no texto constitucional, das vantagens comparativas que temos, nesse formato em que ficou, foi uma grande vitória e já repercutiu na atração de novos investimentos. A Baterias Moura, por exemplo, está chegando. Temos também a ampliação das linhas e implantação de outras da Philco. Vai produzir um ar-condicionado com uma condensadora e três evaporadoras. Num apartamento com dois quartos e uma sala será só uma máquina para essas três saídas. Recebi também o projeto de instalação da Vivo Celulares em Manaus. É indústria chinesa e uma das cinco maiores fabricantes do mundo de celulares. Isso já está, de fato, concreto, só no mês de janeiro. Sem dúvida é reflexo do texto que saiu da Reforma Tributária, graças ao trabalho de toda a nossa bancada de deputados e senadores, sob a coordenação do nosso senador Omar Aziz (PSD-AM).

 

pms.am – Então a política está afinada…

Bosco – A política está na prateleira… (risos).

 

pms.am – E o Carnaval? O senhor foi um dos dirigentes mais entusiasmados da Escola de Samba Reino Unido da Liberdade, autor de samba-enredo… Parou tudo isso?

Bosco – Sempre fui sambista, mas estou aposentado. Sou da velha guarda (risos). Me aposentei da avenida.

 

pms.am – O samba-enredo “Hoje a arte vai brilhar”, de sua autoria, em parceria com o ex-juiz Carlos Nascimento, o Carlão, é considerado um dos mais populares de todos os tempos no Amazonas. Como é que surgiu?

Bosco – Foi em 1987. A gente estava saindo do 2º grupo e indo para o 1º Grupo do Carnaval do Amazonas. Tínhamos feito um Carnaval no 2º Grupo contando a história de (ex-governador) Eduardo Ribeiro e chegando no primeiro precisávamos de novidade. Aí, eu e Carlão, fizemos esse samba. Ficamos, no final, em quarto ou quinto lugar. Foi quando tomei a decisão de dar um pulo na preparação do Reino. Fui ao Rio de Janeiro e contratei Osvaldo Jardim, que tinha feito o carnaval da Estácio. E ele trouxe meu compadre Xangai, já falecido, para fazer, em 1988, o enredo “Conta Amazonas”, sobre as lendas estaduais. Acabamos como vice-campeões. Em 1989 foi a vez de “Axé Mãe Preta”, samba de Gilson e Almeron, desenvolvido por Xangai, já como carnavalesco, em homenagem à Mãe Zulmira, que ainda estava viva, do Terreiro Santa Bárbara, do Morro da Liberdade. Fomos, finalmente, campeões.

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