Streaming: série inédita em 16 episódios aborda as divindades das religiões afro-brasileiras

Foto: Divulgação Curta!On

Divindades das religiões afro-brasileiras, os orixás representam uma força da natureza, um povo ou uma nação. E é sobre eles a série inédita e exclusiva “Caminhos dos Orixás”, que está disponível no Curta!On – Clube de Documentários – na ClaroTV+ e no site CurtaOn.com.br. Os 16 capítulos da produção abordam tanto orixás mais populares quanto os menos conhecidos. São eles: Exu, Nanã, Ogum, Yemanjá, Oxóssi, Omolu Obaluayê, Oxum, Iansã, Oxumarê, Oxalá, Ibejis, Ossain, Xangô, Ewá, Logun Edé e Iroko.

Com direção de Betse de Paula, a produção traz entrevistas com especialistas, antropólogos, pais e mães de santos e praticantes para falar de seus mitos, características arquetípicas, símbolos e sincretismos. Exibida semanalmente com exclusividade no Curta!, a série apresenta seu último episódio no dia 21 no canal.

“Caminhos dos Orixás” ensina que no início de tudo existia o Orum, o espaço infinito, onde habitava o deus supremo Olorum. Em certo momento, Olorum criou uma vasta massa de água, da qual emergiu o primeiro orixá: Oxalá, o único com o poder de conceder a vida.

“Para nós, Olorum criou os orixás, e alguns deles interagem com os seres humanos, enquanto outros são tão elevados que não visitam a Terra. Esses orixás grandiosos e elevados residem no nono céu e não retornam à Terra”, comenta um dos entrevistados, o babalorixá Babá Ajalá Deré.

Pai Rodney de Oxossi, babalorixá e antropólogo, também em entrevista, ressalta o preconceito sofrido pelas religiões de matriz africana ao falar sobre Exu. “É importante ressaltar que nenhum orixá é santo. Mas Exu não é diabo nem santo, ele é Exu. Houve um sincretismo apressado e talvez cruel com Exu, mas ele simboliza e dimensiona a própria demonização do negro na sociedade brasileira”, explica.

Ao longo da série vão sendo apontadas várias curiosidades. No episódio sobre “Omolu Obaluayê”, o destaque fica por conta da celebração de Olubajé: uma festa dedicada a Obaluayê e sua família de orixás. Essa festa tem forte elemento relacionado à alimentação, porque os alimentos são considerados sagrados.

Érica Laruso Yamin, Iaô de Oxum, afirma que esses alimentos têm poder de cura, tanto para o corpo físico quanto para o emocional e espiritual. Durante a festa, o terreiro é decorado com as cores de Obaluaiyê e panelas de barro com comidas associadas a diversos orixás são trazidas em procissão. Elas ficam dispostas sobre uma esteira e formam a mesa do banquete. Todos os participantes compartilham pequenas porções enquanto dançam e cantam em louvor a Obaluayê.

O último episódio, exibido no Curta! na quinta-feira, 21, às 19h30, explora a figura de Iroko, descrito como um orixá implacável e inexorável, que governa o Tempo e o Espaço. Iroko acompanha e cobra o cumprimento do Karma de cada um, determinando o início e o fim de todas as coisas. Somos apresentados à presença física da árvore Iroko, símbolo do orixá que testemunha a passagem das gerações, carregando o tempo como um de seus atributos mais marcantes. Dele emana a vida, e nele, eventualmente, a vida se encerra.

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