Andrade deixou staff e secretário de Cultura reúne no Garantido às 10h

Andrade deixou staff

Andrade deixou staff e pretende voltar, depois do Festival, dizendo que deixou bumbá “90% pronto”

O presidente destituído do Garantido, Antonio Andrade, negociou a saída e deixou o staff no comando do bumbá. Ele teria exigido que a vice-presidente Ida Silva, com quem está rompido, também fosse demitida. O diretor administrativo, Adson Silveira, que assume a presidência, é estreitamente ligado ao agora ex-presidente, assim como a diretora financeira, Ana Miranda, que fica no cargo.

A mudança de comando no Boi da Baixa de São José produziu resultado imediato no Governo do Estado. O secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo, embarcou agora pela manhã para Parintins. Entre 10h e 10h30, ele reunirá com os novos dirigentes do bumbá. A principal missão dele é buscar os valores reais da necessidade do vermelho e branco. Os R$ 2,5 milhões, que eram exigidos por Antonio Andrade, são considerados irreais na cúpula do governo.

O Garantido agora é comandado por Adson Silveira, presidente, e um colegiado financeiro, que tem Ana Miranda à frente. A empresária Ana Paula Perrone, e a vice-presidente do Movimento Amigos do Garantido (MAG), Ana Holanda, com a presidente do MAG, Ana Cláudia Vieira, são as outras integrantes. Ana Holanda foi quem pediu, formalmente, a saída de Antonio Andrade.

 

Crise

Antonio Andrade, que se diz ameaçado de morte por duas facções criminosas, já havia sido presidente do Garantido. Ao final do primeiro mandato, ele perdeu até a condição de sócio da agremiação. O mandato atual, vencido no voto, foi projetado por ele como uma “volta triunfal”, mas acabou sendo marcado por muita contestação.

O Garantido entrou em crise ano passado, após a derrota acachapante para o Caprichoso. Andrade levou para a arena um boi feito para economizar no orçamento, que ele chamou de “horizontal”, isto é, sem alegorias altas. Também tentou sufocar o adversário, contratando os quatro mais conhecidos levantadores de toada do Festival, David Assayag, Sebastião Jr., Edilson Santana e Márcia Siqueira. Nada disso funcionou.

Este ano, ainda sob os efeitos da derrota, Antonio Andrade tentou antecipar a eleição do bumbá, prevista no estatuto para ocorrer até setembro/2023, pedindo a prorrogação do próprio mandato. O ato foi parar na Justiça e ele não conseguiu efetivar o intento.

Esta semana, quando o clima de preparação para o Festival de Parintins havia diminuído a tensão, vazou uma carta em que o presidente chantageava o Governo do Estado. Dizia que o dinheiro da agremiação dava ou para levar o boi à arena ou pagar os funcionários. O governador Wilson Lima reagiu duramente e repudiou a “faca no pescoço”. E teria condicionado qualquer negociação, para ajudar o Garantido, à saída de Antonio Andrade.

Ontem (23/06), antes da meia-noite, foi anunciada a destituição do presidente do cargo e a posse de Adson Silveira.

O Garantido, que aniversaria neste 24/06, Dia de São João, não tem definido o “day after”, após o Festival deste ano. Tudo indica que, pelos membros que deixou na diretoria, Antonio Andrade tenha a intenção de voltar ao comando do bumbá. Usará o discurso de que deixou tudo “mais de 90% pronto”.

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