Caxiri e Banzeiro na lista dos 100 da Exame, tempero novo na cozinha amazonense

Caxiri e Banzeiro

Caxiri e Banzeiro deu um empurrão no turismo amazonense, ao aparecer na lista dos 100 melhores do País, da Exame. Na foto, o pirarucu da chef Débora Shornik, do Caxiri

Os restaurantes manauaras Caxiri e Banzeiro estão na lista dos 100 melhores do Brasil, segundo a revista Exame. Rankings refletem, geralmente, lobby, amizades e coincidências. Mas não podem deixar de lado o principal: uma cozinha de qualidade.

O Osteria Francescana, do chef Massimo Bottura, estava a um passo de fechar quando um importante crítico gastronômico italiano, preso num engarrafamento, precisou pernoitar em Modena. Decidiu procurar onde comer e foi parar no Osteria. Derreteu-se na descrição da experiência, em sua prestigiada coluna, em um jornal de Roma. O restaurante foi eleito duas vezes (2016 e 2018), simplesmente, o melhor do mundo. Hoje tem filiais espalhadas pelo mundo.

O moral da história do Osteria Francescana é que faz toda a diferença: a comida tem alta qualidade e um tempero fundamental, a inovação.

A chef Debora Shornik, do Caxiri, vem trabalhando duro para fazer do seu restaurante uma referência da gastronomia regional revisitada.

O Caxiri está localizado na Rua dos Restaurantes, a 10 de Julho, no Centro de Manaus. A coluna Panavueiro trouxe amplo material sobre isso.

Shornik, de família russa, mas nascida no interior de São Paulo, assina também os cardápios do hotel Mirante do Gavião e do flutuante Flor do Luar, ambos em Novo Airão. Juntou as experiências com a cozinha amazônica e abriu restaurante em São Paulo. Ela é guerreira. Clique aqui para conhecer mais sobre ela, em entrevista exclusiva deste portal, realizada em 2016.

O trabalho do chef Felipe Schaedler, do Banzeiro, é amplamente conhecido no País. Catarinense, ele vive em Manaus, com a família, desde a adolescência.

Débora e Felipe, com suas experiências gastronômicas, fazem pelo turismo amazonense mais do que se possa imaginar.

Assim como a Osteria Francesca, em Modena, e o El Celler de Can Roca, em Girona (Espanha), outro campeão da lista mundial, que atraem turistas para essas cidades, um fenômeno conhecido é o de Lima, capital do Peru.

O peruano Gastón Acurio surpreendeu o mundo ao aparecer em 1º lugar na prestigiada “The Worlds 50 Best”, em 2013. No lugar de ficarem amuados, os concorrentes foram à luta. Central, Maido, Osso e Isolina são nomes que agora aparecem à frente da casa dele, o Astrid e Gaston. Mas há mais. Entre os 50 da América Latina estão Rafael, Kjolle, La Mar, Malabar e Mayta, todos peruanos, todos de Lima.

O fenômeno limense não faz segredo. Todos os restaurantes construíram escolas de gastronomia, a ponto de deixarem para trás nada menos que a  filial de Lima da francesa Le Cordon Bleu, considerada a mais tradicional do mundo. Criaram grandes cozinhas experimentais – iniciativa que já havia feito o chef catalão Ferran Adrià dominar a lista dos melhores do mundo, por quatro anos, com o El Bulli, em Roses, na Costa Brava, Espanha. Todos esses restaurantes citados investiram na ousadia.

Vale lembrar que, além de Caxiri (33º) e Banzeiro (53º), há mais restaurantes que se destacam por valorizar a culinária amazônica. É o caso do 11º Notiê (Rua Formosa, 157, Centro Histórico, São Paulo), e do 12º Dom (Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo). O 22º é um peruano, o Osso (Rua Bandeira Paulista, 520, Itaim Bibi, São Paulo).

Manaus podia se mirar, além do sucesso da nossa cozinha, no exemplo da pequena Búzios, um paraíso fluminense do jet set internacional, que emplacou o 74 (28º) e o Rocka (29º) na lista dos 100 melhores da Exame.

Alta gastronomia é turismo. Turistas trazem divisas. Tudo de que o Amazonas precisa, entre as alternativas viáveis à Zona Franca de Manaus, essa panela em que todo governo mexe.

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