Em Ipixuna, FVS integra projeto para descentralizar soros contra envenenamento por serpentes

Técnicos de saúde de Ipixuna recebem treinamento sobre atendimentos a pacientes por acidentes ofídicos. Foto: Divulgação/Jaqueline Macedo/FVS-RCP

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), realiza até esta quarta-feira (1º/6) uma visita técnica para desenvolvimento de estratégia de descentralização de soro antiofídico, usado no tratamento de acidentes por picada de serpentes, em Ipixuna (a 1.367 quilômetros de Manaus).

A iniciativa visa a descentralização da administração dos soros antiofídicos (surucucu, jararaca e coral-verdadeira) nos hospitais das áreas ribeirinha e rural dos municípios distantes da capital. O projeto tem parceria com a Fundação de Medicina Tropical – Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Ministério da Saúde (MS) e Instituto Butantan.

Para a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, com a descentralização, é possível tornar mais fácil e rápido o acesso de ribeirinhos ao soro que é fundamental para tratar casos de acidentes por serpentes.

“Busca-se a redução de tempo de atendimento ao agredido por peçonhentos que, muitas vezes, precisa se deslocar por horas em barcos para obter tratamento, com o soro mais próximo das comunidades o acesso é mais facilitado”, ressalta Tatyana.

“Esse é um projeto para estruturar unidades básicas de saúde rurais para fazer o primeiro atendimento dos pacientes, principalmente aqueles que não tem condições de fazer a internação. É um primeiro atendimento, o emergencial, para estabilização do paciente”, diz o médico veterinário Deugles Cardoso, da Gerência de Zoonoses do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP.

Treinamentos

Durante a visita técnica, que iniciou na segunda-feira (30/5), foram realizados treinamentos destinados a profissionais de saúde locais. “A partir do momento que a gente treina profissionais da saúde que atuam em áreas ribeirinhas e indígenas, a gente consegue que os pacientes sejam atendidos nessas unidades hospitalares”, explica Wuelton Monteiro, pesquisador da FMT-HVD.

Segundo a também pesquisadora da FMT-HVD, Jacqueline Sachett, o treinamento faz parte do projeto para fortalecer a descentralização. “A equipe de saúde precisa estar treinada e segura para fazer a administração e o atendimento de acidentes”, ressalta.

Visita técnica

A FVS- RCP realizou visitas técnicas em Unidades Básicas de Saúde para avaliação estrutural e da rede de frio para armazenamento dos soros antiofídicos, além de ações de controle vetorial das arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e tratar do cenário epidemiológico e protocolo de óbitos causados pelas arboviroses.

Antiofídico

O soro antiofídico é utilizado como antídoto quando uma pessoa é picada por uma serpente. Esse produto é formado por anticorpos e o seu principal objetivo é neutralizar o veneno que se encontra no sangue e nos tecidos da pessoa que sofreu a picada. Os soros antiofídicos são produzidos a partir do veneno retirado da própria serpente e da hiperimunização de animais.

A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas. A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. O contato telefônico é o (92) 3182-8510.

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