Todos os pagamentos que foram feitos ou mesmo ainda pendentes a Caprichoso e Garantido estão bloqueados. A decisão foi tomada pelo juiz da Vara do Trabalho de Parintins, Izan Alves Miranda Filho. “A razão é o não cumprimento de acordos trabalhistas”, confirma o presidente do Caprichoso, Jender Lobato.
O Garantido, que também não efetuou o pagamento, deve em torno de R$ 2 milhões. Jender e o presidente do Garantido, Fábio Cardoso, virão a Manaus nesta quarta (03/03). Ouvirão advogados e tentarão audiência com o governador Wilson Lima. Querem deixar bem claro que o Festival Folclórico de Parintins está, mais uma vez, seriamente ameaçado.
A procura por ingressos, depois do sucesso de 2019, está intensa. Quase todos os setores estão esgotados.
Ex-presidente
Jender não se estende sobre o tema, mas o problema, no lado azul, tem nome e sobrenome. O ex-presidente Babá Tupinambá não cumpriu o acordo com a Justiça do Trabalho. Agora, a dívida, que era de R$ 2 milhões, está perto de R$ 5 milhões, com juros e multas.
“O Governo do Estado repassou R$ 1 milhão a mais, em 2018, para os bumbás honrarem essa dívida. Em 2019 e 2020, o valor não foi repassado e a diretoria não pagou nada”, explica fonte do portal.
Acordos para março
“Fui conversar com o juiz, para dizer que mudou a presidência do boi. Mas não tive como voltar com ele de novo. Tenho trabalhado para evitar as demandas trabalhistas. Nos últimos três anos, muitos trabalhadores colocaram o boi na Justiça. A própria diretoria pedia para eles fazerem isso, para resolver lá. Agora estou fazendo o contrário. Firmei vários compromissos para pagar no fim de março e vou cumprir esses acordos”, revela Jender.
Caprichoso e Garantido, porém, padecem com outras ações, da época em que o juiz do trabalho em Parintins foi Aldemiro Dantas. “Trabalhador com contrato anual de R$ 30 mil deu em indenização de R$ 300 mil”, lembra Jender. Ele acompanhou os casos como advogado do Caprichoso.
Dinheiro já repassado
A diretoria anterior do Caprichoso – leia-se Babá Tupinambá – recebeu recursos adiantados, de 2020, dos patrocinadores. Uma boa fonte afirma que foram R$ 350 mil do valor dos ingressos. Outros R$ 250 mil do patrocínio da TV A Crítica. E o Caprichoso deve em torno de R$ 400 mil para a empresária Ana Paula Perrone.
Os bumbás de Parintins recebem em torno de R$ 12 milhões de patrocínio (a Maná afirma que, em 2019, foi apenas 50% disso). Mas grande parte disso, cerca de 30% (a Maná afirma que são 10% mais 2,5 de taxa administrativa), fica para a empresa paulista Maná. Como os bumbás têm CNPJ comprometido, ela faz os projetos pela Lei Rouanet.
Jender Lobato, em reunião histórica, revelou que o Caprichoso deve cerca de R$ 12 milhões, acumulados por diretorias anteriores.
PS: A Maná Produções fez contato para o portal afirmando que recebe 10% de comissão e mais 2,5% de taxa administrativa. Nega que isso se estenda a todos os patrocínios dos bumbás. Coca-Cola, por exemplo, fechada diretamente, não paga essa comissão.
excelente reportagem sobre a reintegração de posse do Monte Horebe…Parabéns, informações precisas……espero que o poder público, e autoridades não retrocedam é concluam o processo de retirada para o bem da cidade.