Às vésperas dos 2 anos da maior chacina do AM, Compaj terá reforço na segurança e retorno de visitas

Até o dia 20, presos do Compaj não receberão visitas em razão do homicídio de um agente penitenciário dentro do complexo. Foto: Reprodução

A maior chacina entre presos do sistema prisional do Amazonas e do Brasil, registrada no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no KM 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), vai completar 2 anos. No dia 1º de janeiro de 2017, 56 presos foram executados, alguns decapitados.

Às vésperas da data e com o sistema instável desde a morte de um agente penitenciário no dia 1º de dezembro, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) reforçou o esquema de segurança na unidade prisional e os internos terão visitas no Natal e Réveillon.

Castigo

Devido ao assassinato do agente numa das celas do Compaj, os internos estão em castigo, sem direito a banho de sol, ficando nas celas. As proibições visam prevenir rebeliões e tumultos no presídio durante o período festivo de fim de ano.

Os 15 dias de suspensão da entrada de visitantes no Compaj, publicada na portaria 216/2018, no dia 5, corresponde ao período estabelecido para apuração dos fatos, restabelecer a ordem e baixar a tensão do sistema prisional do complexo.

Nas demais unidades, as visitas seguem a rotina a partir desta sexta-feira (14), com exceção do Compaj. Após o período – dia 20 – será feita nova análise a apuração dos fatos, para que os procedimentos sejam retomados com segurança.

Cerberus

Como medida preventiva de segurança adotada pelo Estado, está em andamento a “Operação Cerberus”, que contará com o efetivo de servidores das áreas operacionais da Seap, policiais militares do Batalhão de Choque, policiais civis do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) e policiais da Força Nacional de Segurança.

A operação inclui revistas nos presídios, acompanhamento das visitas nos finais de semana, em especial as que ocorrem nas festas de fim de ano (Natal e Ano Novo), rondas terrestres, aéreas e fluviais permanentes no entorno das unidades prisionais do Estado.

Policiamento

Durante a “Operação Cerberus”, os presídios passaram a contar com policiamento terrestre, fluvial e monitoramento aéreo, com sobrevoos diários de helicópteros. As imagens dos sobrevoos estão sendo compartilhadas com a central do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que em sintonia com as unidades prisionais, tem exercido grande contribuição para o desenvolvimento da operação.

Os postos de monitoramento funcionam 24 horas nas unidades prisionais e na central do CICC, com registros de todas as ocorrências de procedimentos executados.

Em caso de situações que fujam da rotina nos presídios, os monitores das unidades prisionais usam o botão de emergência e fazem o contato com a central no CICC para acionar equipes de contingência da Seap e o reforço das Forças do Sistema de Segurança Pública. Atualmente, estão em operação 432 câmeras em oito presídios na capital.

Massacre

Foi justamente no primeiro dia de 2017 que ocorreu a rebelião e o maior massacre do Estado, um dos maiores do Brasil. A rebelião começou exatamente às 15h59, quando alguns detentos que estavam custodiados no Pavilhão 3, onde estavam os comandantes da facção criminosa Família do Norte (FDN), renderam os agentes de socialização.

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Em vídeos registrados pelas câmeras de segurança do completo, é possível ver a intensa movimentação dos presos no Compaj, logo após o horário de visitas de familiares. Após renderem agentes, os internos trocaram tiros com a guarnição da Polícia Militar que estava na Portaria 3 do presídio para ter acesso a todos os presos de uma área chamada “Seguro”.

No local ficavam os detentos considerados vulneráveis e 26 detentos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Desse local foram mortos 23 presos do PCC. Foi um extermínio de uma facção contra a outra rival.

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Denunciados

Ao todo, 210 detentos foram indiciados por participação nas mortes das 56 vítimas do Compaj. Durante a rebelião, cujos vídeos mostram o início, a massa carcerária avançou no corredor para tomada do “Seguro”. Durante a rebelião foram quebradas várias partes dos telhados do presídio para retirada de integrantes da FDN que estavam custodiados na área chamada de “Seguro”.

Os detentos escreveram a sigla FDN nas paredes com sangue das vítimas para representar a vitória da facção. Membros do PCC atearam fogo em colchões nas entradas das celas para tentar impedir que os integrantes da FDN conseguissem entrar nos espaços.

Alguns detentos do PCC tentaram fugir por uma janela, de uma das celas, que foi serrada, mas foram alcançados pelos presos da FDN e foram mortos.

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