Panavueiro esquenta entre Arthur e Amazonino, Rotta no asfalto e os cargos que vereadores descobriram

Panavueiro esquenta entre Arthur e Amazonino

Panavueiro esquenta entre Arthur e Amazonino, em meio à troca de farpas e disparos nas fragilidades, um do outro. Arthur mira na segurança e Amazonino alveja o asfalto

O prefeito Arthur Virgílio e o governador Amazonino Mendes deram os primeiros passos no previsível confronto entre os dois. Arthur trocou afagos com Amazonino, mas anunciou apoio a Omar Aziz. Pior, apoio com a presença do filho, Arthur Bisneto, de vice na chapa. Isso pressupõe empenho redobrado na eleição. Amazonino respondeu retirando o presidente da Câmara Municipal, Wilker Barreto, das hostes do prefeito. E o vice-prefeito Marcos Rotta, que Arthur parecia guardar como a cereja do bolo da própria sucessão. Ambos decidiram um disparar no olho da vulnerabilidade do outro: Arthur alvejou a segurança, que tira o sono de Amazonino, e Amazonino o asfalto, pedra no sapato do prefeito.

 

Segurança…

Arthur e Amazonino usam os fatos. O prefeito pede que alguém aponte um único vídeo em que o governador ataca traficantes. Insinua, até, que a campanha da reeleição busca votos no crime organizado. Seria algo como no Rio de Janeiro, morros dominados pelo tráfico, onde ninguém subia sem combinar com a bandidagem. E alguém duvida que Manaus está próxima disso?

 

… versus asfalto

Manaus vive a maldição da falta de drenagem. A cada inverno, buracos aparecem como por magia. Arthur asfaltou a chamada “zona nevrálgica”, os corredores de ônibus, logo no primeiro ano de gestão. Ficaram faltando os bairros mais periféricos, de onde surge forte grita. Amazonino deixou algo em torno de R$ 135 milhões licitados, prontos para serem gastos no asfaltamento dessa zona periférica. Se fizesse acordo com o prefeito, Arthur indicaria as vias e a “ação conjunta” governo-prefeitura renasceria. A composição política fez água. O prefeito confia no Plano Verão, para o qual afirma ter R$ 300 milhões. Amazonino tirou Marcos Rotta, vice-prefeito e ex-secretário municipal de Infraestrutura, do regaço de Arthur para comandar o trabalho no Estado.

 

Dialética

A dialética (tese, antítese e síntese) esperada é que Amazonino e Arthur eliminem suas vulnerabilidades. Amazonino cuida da segurança e Arthur tapa os buracos. Aguarda-se os próximos capítulos da guerra segurança versus asfalto.

 

Cargos de Wilker

A máxima da política, de que “não existe espaço vazio”, está mais válida que nunca. Wilker Barreto deixou o grupo do prefeito Arthur Virgílio. Os vereadores – inclusive do grupo dele – trataram de mapear os cargos que o presidente da Câmara detém ou detinha. Da noite para o dia surgiram as vagas, em levantamento que já teria chegado ao Executivo Municipal. Especula-se que esteja em andamento uma mudança de padrinho, nos cargos que o presidente pegou para si e não repartiu. Quantos cargos? Ninguém sabe. Mas há chutes de algo em torno de 200 no Executivo e 100 no Legislativo.

 

Rotta

O vice-prefeito Marcos Rotta foi desafiado pelo prefeito Arthur Virgílio a “fazer um trabalho decente”. “Olhe as manilhas, os tubos, a qualidade do asfalto. Vocês não podem fazer tapa-buracos, nem propaganda. Têm que trabalhar direito”, advertiu. E o prefeito mandou um recado mais direto: “Não foi por falta de amor, nem amizade ou aviso, que ele saiu. Agora está sob suspeição, no grupo de Amazonino, como sempre acontece com quem entra lá. Não é o grupo dele (Rotta)”, acrescentou.

 

Rotta (2)

Marcos Rotta continua vice-prefeito de Manaus. Deu expediente normal, aliás, até a terça (07/08), data em que Amazonino o convidou formalmente para integrar a administração estadual. Ele se licencia da Prefeitura e volta, caso Amazonino não se reeleja, em janeiro. Tudo indica que Arthur não vai judicializar a permanência dele. Pelo menos por enquanto.

 

Rotta (3)

Marcos Rotta, ex-deputado federal, joga agora todo o futuro político. Almeja disputar a sucessão de Arthur Virgílio. E sabe que tudo vai depender do desempenho que terá à frente da Secretaria da Região Metropolitana de Manaus (SRMM). Além, claro, da vitória do Negão nesta eleição. A mudança de lado dele é mais um ingrediente, no panavueiro acirrado da disputa de 2018.

 

Vanessa Grazziotin

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) está desesperada por falta de tempo na propaganda eleitoral e verba de campanha. Ela joga pesado, com apoio dos parceiros Gleisi Hofman e Lindberg Farias, para dar a volta por cima. Literalmente. Passeando e andando para as lideranças estaduais do Amazonas, ela quer acertar tudo com as cúpulas, de cima para baixo. Quer, especialmente, impor seu nome a David Almeida, que recusou aliança com ela. Como Gleisi é presidente nacional do PT e este se aliançou com o PSB, Vanessa tornou a candidatura pauta nacional.

 

Vanessa Grazziotin (2)

Vanessa tem força nacional sim, especialmente nas cúpulas dos partidos da antiga Frente Brasil Popular, PT, PSB e PCdoB. Pode sim, até o dia 15/08, data da entrega de atas e chapas à Justiça Eleitoral, descer em Manaus vitoriosa. O apoio incondicional a Lula e Dilma construíram essa força. Pena que ela não use esse potencial todo na defesa do Amazonas. Ou alguém a viu mobilizando tantos partidos e cúpulas para defender algum interesse do Estado?

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2 comentários

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  1. Ronny Gama disse:

    Prefiro os puracos, pois podemos desviar e chegar ao destino sem muitos prejuizos, com a insegurança chegarei ao meu destino e ainda ficarei sem a vida que é o mais importante, toda essa insegurança é por conta do nosso governante que anda escoltados por seguranças e não se preocupa com a população…

  2. Graciela Rivera disse:

    Vanessa graziotini não ganha mais nada no Amazonas.
    Isto é fato