Projeto educacional premiado dá ótimo exemplo aos amazonenses

Obtive meus “15 minutos de fama” dia desses (17/07/2018) quando, à convite de Eduardo Monteiro de Paula, presenciei o desfile de jovens estudantes (da faixa etária entre 10 e 14 anos) envergando as camisas de vários times do Amazonas. Deveras um fato inusitado… e mais: cantaram hinos dos clubes do maior estado do Brasil, com entusiasmo. As torcidas? Todas elas uniformizadas, faziam a festa, como de praxe.

O evento ocorreu na Escola Estadual Altair Severiano Nunes, no bairro do Parque Dez de Novembro. Sob comando na professora Nilce Pantoja, foi criado o Projeto “Vivência lúdica nos esportes”,  onde, a partir de diversas  brincadeiras infantis, ela ensina as  regras e as maneiras estratégicas de modalidades como handebol, Atletismo, vôlei,  tênis, e,  é claro, futebol. Nilce, inclusive já ganhou prêmio Nacional (Prêmio Petrobras) com esse trabalho, em 2014.

Lá se vão 8 anos do premiado projeto (iniciou em 2010) e, como bem falou Thallis Verçosa, presidente do Rio Negro – um dos ilustres convidados: “Tenho certeza que os outros professores continuarão esse trabalho”. Isso tudo porque a professora de Educação Física irá, em breve, para outra escola.

O compositor do Hino do São Raimundo EC, Da Silva, também estava no evento, assim como o jovem Cícero Júnior, gerente da Escola de futebol “Curumins do Tufão”.  Cícero falou que se jogasse Seleção Brasileira contra time local, ele torceria pelo Time local. Também corroboro com esse ponto de vista há décadas.

Desfilaram os seguintes clubes amazonenses, lá representados: São Raimundo, Holanda, Rio Negro, América, Fast Clube, Princesa do Solimões, Penarol e Iranduba da Amazônia. Todas as equipes possuíam bandeiras (confeccionadas pelos estudantes), além de um mascote.

O canto de cada hino era realizado pelos que marchavam e também pela torcida de cada equipe. o uníssono jovem chega a arrepiar a quem goste do ramo musical. Houve a chegada da pira olímpica e o juramento do atleta. Depois, cada torcida descia da arquibancada da quadra para mostrar sua performance em “grito de guerra” e incentivos diversos.

Quem nos dera se pelo menos umas dez professoras como a Nilce, ou mesmo, algumas escolas tivessem essa preocupação…Todos.nós ganharíamos. Sabe quem perderia? A colonização massificante cultural que destrói muito dos valores endógenos.

Fotos: Lene Sales Rosas

Daniel Sales

Daniel Sales

* Daniel Sales é pesquisador cultural.

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