A pergunta que todas as mães de desaparecidos é a mesma: “Onde está minha filha?”. Todos os dias elas levantam da cama com essa mesma indagação, que perdura como uma faca atravessada na barriga, com a angústia que inquieta a mente dessas mulheres, que hoje deveriam celebrar o Dia das Mães, mas acabaram tendo que reviver anualmente a dor irreparável de passar esse dia sem o bem maior que é um filho.
Neste dia, um dos grandes desafios de um mãe que não sabe o paradeiro de seu filho é encontrar forças para prosseguir com a vida. Histórias reais como das duas desaparecidas amazonenses que abalaram a Manaus, Shara Ruana (2007) e Cinthya Gama (2016), meninas com idades próximas e que desapareceram em períodos diferentes, sem deixar rastro.
Shara Ruana
O dia 28 de outubro de 2007 é uma data que ainda machuca a dona Alzenira Lira, de 40 anos, costureira. Ela é mãe da menina Shara Ruana, na época do desaparecimento ela tinha 7 anos. Esse é um dos casos mais conhecidos da capital amazonense e aconteceu quando a criança saiu para comprar pão, no bairro Betânia, zona Sul de Manaus e nunca mais foi vista.
Pouco mais de dez anos, Alzenira, não perde a esperança de reencontrar a filha. “Todos os dias, ao acordar, eu levanto pensando na falta que ela faz e lembro que não posso perder a esperança que ainda existe em mim para reencontrá-la”.
Alzenira contou ainda que o Dia das Mães não existe, porque a primeira coisa que lembra neste, como em todos os dias, da filha “Eu não comemoro mais o dia das Mães. Minha única pergunta agora é onde está minha filha?”.
Quem souber de alguma notícia da Shara, que hoje já adolescente, informe pelos telefones 99264-1544 ou 99381-1726.
Cinthya da Gama
A comerciante Cristiana Batista da Gama, de 34 anos é outra mãe amazonense que não comemora a Dia das Mães. Desde o dia 5 de outubro de 2016, a filha dela, Cinthya da Gama Pereira, de 12 anos, saiu de casa para pegar o irmão na escola e nunca mais voltou.
“Eu me levanto e durmo pensando como ela está e se está bem. Só quero saber onde ela está agora. O Dia das Mães não existe para mim””, afirmou Cristiana
Como no caso de Shara, a polícia também ainda não tem pistas do paradeiro de Cinthya, tanto que colocou à disposição o número 3656-8575, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEAPCA).
Mas até que novas informações cheguem ou não, essas duas mães, como outras centenas em Manaus serão obrigadas a passar mais um dia sem suas filhas.
MENORES DESAPARECIDOS MANAUS
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JAN | FEV | MAR | ABR | MAI | JUN | JUL | AGO | SET | OUT | NOV | DEZ | TOTAL | |
2016 | 22 | 18 | 29 | 29 | 30 | 43 | 42 | 34 | 30 | 35 | 28 | 29 | 369 |
2017 | 9 | 22 | 11 | 21 | 18 | 18 | 13 | 29 | 20 | 24 | 19 | 16 | 220 |
2018 | 21 | 10 | 31 | ||||||||||
FONTE:SISP
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