Fratura por estresse é fantasma entre praticantes de esportes como corrida. Rebecca Garcia entre as vítimas

Febre na capital amazonense, as corridas de rua estão entre as atividades físicas que, realizadas de forma exagerada e sem planejamento, podem ocasionar fratura por estresse no praticante. Sem escolher se é iniciante ou experiente corredor, a vítima da lesão é quem se descuida ou acaba por treinar demais. Foi o caso, por exemplo, da deputada federal e secretária estadual de Governo, Rebecca Garcia, malhadora diária e que exagerou na corrida. “Comecei a sentir dores na perna e quando fui ver tinha uma fratura”, conta.

Rebecca tem que usar muletas por 30 dias.

Rebecca tem que usar muletas por 30 dias.

“Tem aumentado o número de casos de fratura por estresse em Manaus. Agora todo mundo corre, mas nem todos têm a preocupação de fazer uma avaliação médica e de se preparar para a prática do exercício”, destaca o ortopedista Nelson Henrique, que atendeu Rebecca.

O médico explica que a fratura “por estresse” ou “de fadiga” nada mais é que a fratura espontânea de um osso bom por repetição de força. Geralmente, os pacientes são os praticantes de atividades físicas, como corrida, esportes de salto, pulo, e muito comum ainda entre os militares, por conta do esforço e da marcha.

Nelson Henrique destaca dois grupos suscetíveis à fratura por estresse: iniciantes, sem preparo, na prática de exercícios, e as pessoas preparadas, mas que aumentam muito a carga de atividade. “O importante é sempre respeitar seu limite”, enfatiza.

Os pacientes costumam se queixar de uma dor gradual, mas chegam ao consultório médico sem saber o ponto exato da dor. Nem sempre o raio-x identifica a fratura, sendo necessários exames mais sofisticados, como a cintilografia e a ressonância magnética, conforme o ortopedista.

As fraturas por estresse acometem mais a tíbia (canela da perna), os metatarsos (ossos do pé) e a fíbula (osso da parte externa da perna). O tratamento passa por absoluto repouso, medicação anti-inflamatória, fisioterapia e, em casos graves, até intervenção cirúrgica.

Foi por conta dessa lesão que Rebecca Garcia foi obrigada a parar os exercícios físicos e foi levada ao consultório médico. Há 21 dias, ela está andando com a ajuda de muletas devido à fratura por estresse na tíbia direita.

As muletas, que serão usadas por 30 dias, inicialmente, são para garantir o repouso absoluto da área atingida pela lesão. A deputada já tomou também, nas primeiras duas semanas de tratamento, a medicação necessária e espera uma nova avaliação médica na próxima semana.

Ela conta que o médico ainda analisa qual o fator preponderante para a lesão, mas dois fatos, há três meses, segundo ela, podem ter contribuído para a fratura por estresse: a mudança do tênis e o aumento do ritmo da corrida para acompanhar o esposo (Stanley Cavalcante). “O médico (ortopedista Nelson Henrique) recomenda que, no lugar da rua, que tem um piso irregular, se use a esteira ou a areia fofa de uma praia”, revela.

A deputada não faz parte do grupo de “atletas de fim de semana”. Ela caminha e corre com regularidade no calçadão da praia da Ponta Negra. Além disso, pratica musculação há 20 anos.

Rebecca se queixa da mudança do tênis e do esforço para acompanhar o marido, Stanley (à direita), na corrida

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Praticante de musculação há 20 anos, a deputada e secretária estadual de Governo aprovou emenda com recursos para academias ao ar livre em Manaus

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Especialista faz alerta

Rômulo Melo, personal trainer e especialista em Fisioterapia Desportiva e Cardiovascular, destaca que essa contusão constitui em torno de 15% das ocorrências das lesões dos praticantes de corrida. “Com o apogeu dos eventos de corrida em Manaus, isto pode se tornar cada vez mais comum entre praticantes. Não precisa ser atleta para ser acometido de tal mal. Basta errar no planejamento de quilometragem e tempo de corrida total durante a semana”, alerta.

Rômulo Melo, que também é treinador de corrida desde 2002, aponta que a prevenção da fratura por estresse pode ser feita observando alguns pontos, como a melhora da força muscular e da flexibilidade das pernas como um todo (incluindo coxa), atentar para a alimentação pelo aspecto do cálcio (mulheres em especial), verificar o tipo de calçado, procurando um especialista ou fazendo o teste da pisada se tiver acesso. Além disso, é prestar atenção aos sinais como cansaço e fadiga muscular, que podem encaminhar para a lesão.

O acompanhamento diário por um profissional de Educação Física é recomendado para qualquer esforço maior.

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2 comentários

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  1. Marco disse:

    Desejo melhoras para a Deputada, mas outra causa para o problema são os Bueiros,caixas de passagem e “bocas de lobo” sem tampa ou vedação nas calçadas e vias públicas que também causam fraturas, luxações, hemorragias,….

  2. Mellissa disse:

    Lindo são as fotos da dep.fazendo atividade física com roupas não apropriadas. Depois não quer ter fraturas, né?

    RESPOSTA:
    A deputada estava apenas fazendo uma demonstração, a pedido dos fotógrafos, durante a cerimônia de inauguração da academia ao ar livre da Fundação Dr.Thomas, que foi construída com emenda parlamentar de autoria dela.