Assino embaixo: houve irresponsabilidade com o dinheiro que o resto do Brasil manda pra cá via Zona Franca

O prefeito Amazonino Mendes fez um mea culpa e reconheceu que, desde a criação da Zona Franca, o Amazonas tem sido irresponsável no uso do dinheiro que foi arrecadado no Estado. Em suas palavras, “recebemos uma parcela da riqueza do País e não fizemos nada em busca do desenvolvimento sustentável”. Concordo.

Mea culpa porque Amazonino é responsável, diretamente, por 12 desses 44 anos, se contados, como ele quer, de 1967 para cá. Fora a contribuição que poderia ter dado na condição de senador (uma vez) e prefeito de Manaus (duas vezes). E, indiretamente, por outro tanto, uma vez que o primeiro mandato de Eduardo Braga foi obtido com seu apoio direto e decisivo, na condição de governador do período eleitoral.

A questão é que um mea culpa só não basta. Há muito por fazer e a Copa do Mundo oferece um grande pretexto para quem desejar botar a mão na massa e acertar, embora não seja essa panacéia toda, como querem alguns.

Erramos. Ok. Deixar o interior isolado, como terra de ninguém, sujeito aos humores de prefeitos irresponsáveis, corruptos e, pior de tudo, impunes, foi o maior de todos os erros. E os outros políticos, que entraram com uma mão na frente e outra atrás na vida pública e agora esbanjam dinheiro?

É hora de corrigir essas coisas. Ou então a história gravará o erro como definitivo.

Sabe aquela poupança que o sujeito faz a vida inteira e, de repente, descobre que já é suficiente para garantir o resto da vida? Suspeito que tem muito político com algo parecido em débito. É hora de começar a pagar o que deve.

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1 comentário

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  1. Xico Branco disse:

    É Marcos, infelizmente nosso interior ainda vive, em muito, no tempo da escuridão. Viajei já para algumas cidades de nosso belo interior amazônico e nem sempre vi condições agradáveis aos olhos. O povo é sem dúvida alguma maravilhoso em todas as cidades que estive. Porém, a política em algumas dessas ainda é feita na base da “doação” de campanha. As pessoas se acostumaram ao longos dos anos, ou foram acostumadas; a receber algo em troca de seu voto. Uma vez estive numa cidade em época de campanha e presenciei um grupo de moradores falando que só votariam se “ganhassem” gasolina pro rabeta, um motor de luz e ranchos. Tentei dizer que isso era errado, mas fui contido pelos próprios. As pessoas acham que fora isso, não tem o direito de cobrar melhorias, de se organizar, etc. Em contrapartida o comprador dos votos se acha dono de todos e de tudo. Assim entendo que essa “falha minha” do prefeito pode ser também uma falha nossa. Agente deve cobrar mais; eles, fazer mais e todos fiscalizarmos sempre.

    Fora isso, no quesito copa do mundo, escute essa:

    Recentemente estive em viagem para Santarém e Alter do Chão e fui interpelado por algumas pessoas de lá e de fora, se era verdade que aqui em Manaus o governo estava dando casas para as pessoas que vinham de fora trabalhar nas obras da copa. Tentei saber a origem desse boato, mas não consegui. Lógico que disse que não era verdade. Mas fiquei com essa pulga atrás da orelha. Me pergunto quantas pessoas migrarão para cá alimentadas por “sonhos” como este até 2014 e que cidade teremos no pós-copa? Fica a pergunta!