Arma de guerra: quadrilha é presa com metralhadora para derrubar aviões. Treze pessoas são presas e R$ 2,2 milhões bloqueados

Metralhadora .30, de uso exclusivo das Forças Armadas, foi apreendida durante operação da SSP-AM com Polícia Civil. Fotos: Secom

Uma metralhadora .30, arma de guerra usada para abater aeronaves e de uso restrito das Forças Armadas, diversas armas e dinheiro em espécie foram apreendidos durante a Operação Banzeiro, deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio da Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria Executiva-Adjunta de Operações (Seaop).

Treze pessoas foram presas envolvidas no transporte de drogas de Tabatinga (distante 1.108 quilômetros de Manaus) para a capital e outros Estados do Brasil.

Durante a ação policial foram apreendidos dois revólveres calibre 38, uma pistola 380 com numeração raspada, um rifle calibre 44, diversas munições, além da metralhadora ponto 30, um veículo Punto, uma picape S10, uma outra Montana, uma lancha com motor 200HP, outras embarcações, quatro motocicletas e R$ 25 mil em espécie.

Dos 13 detidos em diversas zonas da capital, sendo duas delas em presídios, a operação ainda conseguiu o bloqueio de R$ 2,2 milhões em bens e dinheiro depositados em contas.

Investigação

O vice-governador e secretário de segurança, Bosco Saraiva, ressaltou que a ação desenvolveu um amplo trabalho de investigação da Seai com os demais organismos de repressão e de combate ao crime organizado.

Segundo Saraiva, a operação continua porque ainda há pessoas que estão sendo investigadas. Além das 13 prisões, outras 11 pessoas foram conduzidas para prestar depoimentos ao longo da quarta-feira, quando a ação foi desencadeada.

“Os resultados são animadores, fruto da investigação e do planejamento para a execução das prisões que foram feitas com muito sucesso. A inteligência trabalhou durante alguns meses nesse formato que vem desde Tabatinga até a cidade de Manaus. Há estrangeiros que estão sendo investigados e que atuam especialmente no percurso do rio Solimões”, disse o titular da SSP. Todos os presos são de nacionalidade brasileira.

Presos

Entre as prisões, uma foi cumprida no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), e outra no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), no KM 8 da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista).

Conforme o titular da Seai, Herbert Lopes, a investigação ocorreu durante os últimos 60 dias e foi feita com o apoio do Laboratório de Combate a Lavagem de Dinheiro. A organização criminosa dissimulava o recebimento do dinheiro oriundo do tráfico em contas bancárias de estabelecimentos comerciais.

“Foi fechado esse primeiro ciclo de investigação apreendendo equipamentos de guerra e também o bloqueio de várias contas, dinheiro, bens e imóveis que somaram um  valor  de mais de R$ 2 milhões. Ainda estamos investigando algumas pessoas que disponibilizavam as suas contas para que o dinheiro dessa organização fosse transitado”, completou Lopes.

Mandados de busca e apreensão

A operação realizada ao longo de toda a quarta-feira (4) cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, cinco sequestros de bens imóveis, além de 14 bloqueios judiciais de contas bancárias utilizadas pela organização criminosa.

Pelas investigações, a organização criminosa utilizava diversos mecanismos para dissimular o transporte de entorpecentes, inclusive com a utilização de barcos pesqueiros e de balsas que traziam botijas de gás para capital amazonense.

Foi ainda levantado, ao longo da investigação, que tal organização, com o objetivo de dar aspecto de legalidade ao dinheiro oriundo do transporte dos entorpecentes, lavava o dinheiro em diversos estabelecimentos comerciais, como distribuidora de bebidas, restaurante e salões de beleza.

Inteligência e repressão

A Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) coordenou a operação com o apoio Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), da Polícia Civil, por meio do Departamento de Investigação Sobre Narcóticos (Denarc), Departamento de Repressão ao Crime organizado (DRCO), Grupo Especial de Força, Resgate e Assalto (Fera), Delegacia Fluvial (Deflu) e do Departamento de Polícia do Interior (DPI), além de servidores da Polícia Militar.

No curso da ação policial foram empregados aproximadamente cem policiais, entre delegados, investigadores, escrivães e policiais militares, além da utilização de cães farejadores e detectores de metal, com o objetivo de localizar drogas, armas e munições.

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