Danrley Erik dos Santos Souza, 20, o “Dan Dan”, acusado de ser um dos principais pistoleiros da facção criminosa Família do Norte (FDN), pode ter desviado armamento das Forças Armadas quando prestou serviço obrigatório para o Exército.
As informações são fruto de investigação da Polícia Civil, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Segundo o titular da Especializada, delegado Juan Valério, “Dan Dan” adquiriu técnicas no Exército e dava apoio para manutenção das armas da facção e do bonde do Trem Bala.
Comandante
O bonde é comandado pelo narcotraficante João Pinto Carioca, o João Branco, um dos líderes da FDN, que está detido no presídio de segurança máxima de Catanduvas (PR).
“Vamos encaminhar as informações do inquérito para a inteligência do Exército Brasileiro. Acredito que Danrley já integrava o bonde quando prestava serviço militar e ele pode ter desviado armamento de uso restrito das Forças Armadas quando estava lá”, explicou Juan Valério.
A prisão
Danrley foi preso na tarde de segunda-feira (15), na comunidade Nova Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste. O delegado disse que o pistoleiro confessou ter participado de pelo menos três homicídios, dos nove pelos quais é suspeito.
“Ele é uma das peças importantes da organização criminosa e além do tráfico, atuava especificamente na execução de rivais da FDN. O bonde era comandado diretamente pelo Magdiel Barreto Valente, o “Magnata”, que está sendo procurado. O Magdiel recebia ordens diretas do João Branco”, falou o delegado.
Confissão
Juan Valério lembrou que o “Magnata” fez, inclusive, a escolta pessoal da esposa de João Branco, quando ela foi visitá-lo no presídio federal. Na época, o pistoleiro teria usado uma identidade falsa.
“Danrley confessou ter participado de pelo menos três homicídios. Mas é um engano quem acha que tem apenas uma participação levando uma arma ou dirigindo um carro nesses crimes. Na verdade, todos concorrem para cometer o homicídio e vão responder por isso”, explicou Juan Valério.
Organograma
Juan Valério apresentou hoje o organograma do bonde do Trem Bala, com oito integrantes liderados por João Branco. Do grupo há um falecido, o Júlio Felipe da Silva, outros cinco presos. O “Magnata” é procurado.
O delegado disse que outras três pessoas fazem parte do grupo, mas as identidades não podem ser divulgadas no momento para não prejudicar a investigação em curso. “Já notamos reflexo das prisões relacionadas ao bonde especialmente na zona Leste, onde atuavam. Houve redução de crimes com características de execução de facções”
Bonde
Ao todo, o Trem Bala é apontado como responsável por mais de 30 mortes e execuções na capital. O grupo é conhecido como bando de extermínio de traidores e rivais da facção, a terceira maior do Brasil.
“Dan Dan” responde a processo no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), na 2ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute), de 2017.
Outros presos
Ano passado foram presos outros dois pistoleiros do bonde, Caio Monteiro Pinheiro, 25, e Everton Pereira de Souza, 24, o “Chulé”.
Os crimes seriam todos realizados sob encomenda dos chefes da facção. Em 2017, Danrley foi preso por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, uma pistola calibre .40.
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