Maioria dos deputados silencia sobre operação ‘Custo Político’. Quatro ex-secretários estão presos

Responsável pela fiscalização dos atos do Poder Executivo Estadual, a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) deu pouca importância para a operação “Custo Político”,  deflagrada na manhã desta quarta-feira (13), pela Polícia Federal em Manaus e que resultou na prisão de quatro ex-secretários da Estado, o ex-chefe da Casa Civil Raul Zaidan, os ex-titulares da pasta de Saúde Wilson Alecrim e Pedro Elias, além do irmão do ex-governador José Melo, Evandro Melo que esteve a frente das secretarias de Governo e de Administração. O ex-secretário da Sefaz, Afonso Lobo, continua foragido. A operação é um desdobramento da “Maus Caminhos” que confirmou desvios de mais de R$ 100 milhões do Fundo Estadual de Saúde, por meio de contratos celebrados entre o Estado e o Instituto Novos Caminhos e demais empresas ligadas ao empresário e médico Mouhamed Moustafa, preso novamente pelos federais na operação desta quarta.

Dos 24 deputados estaduais, somente os parlamentares Augusto Ferraz e José Ricardo (PT) fizeram referência a investigação. O petista José Ricardo fez um apelo aos colegas para que assinem o pedido de instauração da CPI da Saúde. “Faltam apenas três assinaturas para investigar os demais contratos que não estão sendo apurados pela Polícia Federal. A Assembleia tem instrumentos para investigar. Mas quer ficar calada? Temos que fazer a nossa parte. É competência nossa”, declarou José Ricardo.

A CPI da Saúde foi proposta pelo parlamentar e pelo deputado Luiz Castro (Rede) e conta com a assinatura de outros três deputados – Sinésio Campos (PT), Sabá Reis (PR) e Platiny Soares (DEM). O objetivo é investigar todos os contratos entre a Secretaria de Saúde e empresas privadas, bem como o rombo de R$ 1,2 bilhão na área da saúde. Para ser instalada, a CPI precisa do apoio de um terço dos deputados, ou seja, oito dos 24 parlamentares da Casa.

O deputado Augusto Ferraz (DEM) foi menos incisivo e ao subir a tribuna para discursar, disse que estava com um ânimo maior, pois finalmente estavam prendendo figurões que saqueiam os cofres públicos do Estado.

“Graças a Deus que a Polícia Federal, ao deflagrar na manhã de hoje a segunda fase da “Operação Maus Caminhos”, age com pulso forte para que a população possa ter dias melhores, dando mais oportunidades para nossos jovens, para o Estado e para as empresas que desempenham papel importante em nossa sociedade, gerando emprego e renda. A Polícia Federal está de parabéns”, disse o deputado. 

A operação Custo Político tem por objetivo investigar crimes de corrupção ativa, de corrupção passiva, de lavagem de dinheiro e de organização criminosa por parte de agentes públicos e políticos no âmbito do Governo do Amazonas entre os anos de 2014 e 2016.

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1 comentário

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  1. Arivan disse:

    Se vivêssemos em um País que a lei fosse para todos… somente o irmão do Melinho não estaria preso pela 2* vez…pois os outros , todos,já tem passagem na justica ou TCE por desvio de dinheiro público, então não adianta prender se os condenados CUMPREM PRISÃO EM CASA..e o PRINCIPAL NÃO PERDEM SEU PATRIMÔNIO ADQUIRIDO POR ROUBO. PROVA: SÓ É VERIFICAR QUANTO GANHAM DE SALÁRIO E QUANTO POSSUEM DE PATRIMÔNIO.