FIEAM anuncia os vencedores dos Prêmios Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia

Membros da Comissão Julgadora da Fieam. Foto: Divulgação

O projeto “Valorização ambiental de imóveis rurais na Amazônia, acesso a crédito rural e capitalização do produtor”, do pesquisador Antônio de Santana, do Pará, é o grande vencedor do Prêmio Professor Samuel Benchimol, categoria Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica. Já “Conserva de peixes da Amazônia – jaraqui, matrinxã, tambaqui e pirarucu”, idealizado por Jaqueline Bezerra, também do Pará, é o projeto vencedor do Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente, categoria iniciativa de desenvolvimento local (IDL).

Os vencedores do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente de 2017 foram anunciados nesta quinta-feira (19) pela comissão julgadora, na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas. Cada um dos vencedores receberá R$ 35 mil, no evento de premiação, no dia 24 de novembro no Clube do Trabalhador. O empresário Mário Expedito Neves Guerreiro, 97 anos, também receberá o destaque “Personalidade dedicada ao desenvolvimento sustentável da Região Amazônica”.

Santana sugere, em seu trabalho, a valoração de ativos naturais que atendem objetivos de indenização de vegetação das áreas de mineração exploradas pela mineradora Vale. Com a capitalização dos agricultores familiares e dos extrativistas, por meio do acesso ao crédito, será possível viabilizar recurso para recuperar e restaurar as áreas de vegetação nativa de reserva legal e de preservação permanente dos imóveis rurais da Amazônia, conforme Cadastro Ambiental Rural. A proposta compreende a utilização da tecnologia de software livre para identificar o conjunto de espécies da floresta amazônica com aptidão econômica, social e ecológica para compor os sistemas agroflorestais dos projetos a serem implantados.

A iniciativa, defendida por Jaqueline Bezerra, visa incentivar investimentos na produção de peixes na Amazônia com a melhoria da frota, infraestrutura de beneficiamento, armazenamento e no mercado consumidor.

Estimativas indicam que o potencial pesqueiro da região gira entre 270 e 920 mil toneladas ao ano. Os negócios no setor podem gerar 600 mil empregos diretos e indiretamente, além de renda de US$ 200 milhões anuais. Com a visão focada nos novos parâmetros para o agronegócio e a bioeconomia, o objetivo do projeto é produzir e fornecer um produto rico em proteína de qualidade aproveitando as potencialidades da Região Amazônica, que atendam ao mercado popular e de exportação, evitando o desperdício dos peixes a partir da tecnologia de conservação gerando produto competitivo de alto valor agregado.

Segundo a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), o mercado pesqueiro mundial movimenta US$ 92 bilhões e responde por 16% da oferta mundial de proteína animal. A Amazônia produz cerca de 200 mil toneladas de pescado ao ano, responsável por aproximadamente 20% do total nacional. A renda anual bruta com a atividade gira em torno de R$ 470 milhões. A média do consumo de pescado brasileiro é de 6,8 kg/habitantes/ano.

Classificação

Pelo Prêmio Professor Samuel Benchimol, os vencedores em 2º e 3º lugar, respectivamente, são os projetos “Programa Amazônia Conectada-Infraestrutura de Telecom para interiorização de políticas públicas na Região Amazônica”, João Guilherme Silva, do Amazonas, e “Leveduras isoladas na fermentação de cacau na Amazônia: da qualidade do chocolate à produção de cerveja”, de Alessandra Lopes, do Pará,

Os selecionados em 2º e 3º lugar para o Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente são “Aquaponia: proposta para produção sustentável de alimentos livre de agrotóxico em escala comercial”, de Otilene Santos, de Rondônia; e o projeto de Katiane de Souza, do Pará, que trata da “Agroindústria de cacau para a fabricação de chocolate artesanal integrado ao ecoturismo na ilha do Combú, Belém-PA”.

No total, os prêmios receberam inscrição de 249 projetos inscritos, sendo 171 válidos, que passaram por análise do comitê avaliador da 14ª edição de ambos os prêmios. Vinte foram os mais pontuados

De acordo com o empresário Jaime Benchimol, filho do estudioso Samuel Benchimol, os prêmios visam reconhecer esforços, empresas, e pessoas, e incentivar e apostar que alguns projetos tenham futuro. “Vamos continuar a refinar o nosso alcance para acertarmos naqueles projetos que possam ter efetivamente impacto sobre a Região, gerando mais atividade econômica, renda, e inovação, aproveitando os recursos de nossa região que seguem sendo subaproveitados. Essa era a preocupação de Samuel Benchimol e que está sendo refletida nestes prêmios”, disse.

As honrarias outorgadas pelo Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente contemplou Rosicléia Bentes, na categoria Microempreendimento na Amazônia, Prêmio Florescer Urbano, e a Banca da Deusa, na categoria Rural. Ambas as indicadas do Pará possuem histórias de empreendedorismo com o auxílio do fomento do programa Amazônia Florescer do Banco da Amazônia.

O grupo Dedé, da Cachaçaria do Dedé, foi indicado a receber a homenagem de Empresa na Amazônia. A empresa está há 26 anos no mercado e é genuinamente amazonense. O Grupo Dedé está ampliando seus negócios para todo o Brasil, levando a cultura e gastronomia amazônica para todo o país. São restaurantes e empórios com produtos de primeira linha, uma gastronomia em destaque com uma vasta carta de cachaças e produtos de marca própria com alto padrão de qualidade e exclusividade.

Os prêmios

 Os recursos no montante de R$ 120 mil em premiações são oriundos do apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do seu Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), do Ministério da Integração Nacional (MI), das Federações de Indústrias da Região Amazônica e Fundações de Amparo a Pesquisa.

Neste ano, os 75 anos do Banco da Amazônia, os 60 anos da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento serão temas das principais homenagens. Vale lembrar que a outorga dos premiados ocorre anualmente de forma itinerante nos estados que integram a área geográfica da Amazônia Legal, contemplando os estados do Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amazonas.

Homenageado

O empresário Mário Expedito Neves Guerreiro, pioneiro da industrialização das fibras na Amazônia, juta e malva, foi aclamado pela banca julgadora do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente de 2017 para receber a homenagem “Personalidades dedicadas ao desenvolvimento sustentável da Região Amazônica”. Pela primeira vez, em 14 edições do prêmio, a votação que indica a personalidade foi unânime.

Mário Guerreiro é proprietário da Brasjuta, empresa que produz sacaria para o Polo Industrial de Manaus (PIM). Defensor do desenvolvimento da cadeia produtiva das fibras regionais, lutando para garantir preço de venda aos produtores, distribuindo sementes para o plantio e acompanhando o processo até o produto final no mercado.

“Poucos merecem tanto quanto ele este prêmio pela dedicação que teve como empresário ligado à região na área de fibra, juta e malva, lutando pelo seu desenvolvimento, por toda a vida, e, como brasileiro, serviu nosso Exercito ainda na Segunda Guerra Mundial. Portanto, ele tem uma biografia completa de alguém que merece essa homenagem”, disse o empresário Jaime Benchimol.

 

 

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