Oficina de Suely Ojara, no São Jorge, ensina público infantil a criar arte com materiais recicláveis

Foto: Divulgação

O que fazer com embalagens, garrafas, plásticos que usamos no dia a dia? Carreteis de linha, tampas, latinhas, rolos de sacos plásticos, tubos, esponjas, tudo que costumamos chamar de lixo pode virar arte nas mãos de quem sonha com um planeta sustentável.

Inspirada nessa ideia, a artista plástica e visual Suely Ojara idealizou um projeto para a comunidade em que reside e apresentou no edital Paulo Gustavo, do município de Manaus.

O projeto foi contemplado e visa realizar uma oficina de artes visuais com crianças a partir de 10 anos de idade. O local escolhido foi no espaço comunitário da Igreja São Dimas, no bairro São Jorge, zona Oeste de Manaus.

A oficina teve início esta semana e será realizada às quartas e sextas-feiras, das 18h às 19h, por um período de dois meses. Suely Ojara pretende sensibilizar a comunidade local sobre a importância de preservarmos o meio ambiente, criando arte com materiais recicláveis.

“Penso que a gente pode contribuir para melhorarmos a nossa vida, tornando nossos espaços mais agradáveis e artísticos, desenvolvendo muitas habilidades com reutilização de materiais que costumamos descartar”, afirma Ojara.

A artista também acredita que, com isso, pode contribuir com a diminuição da poluição de descartáveis nas ruas e com uma nova conscientização na utilização dos produtos, evitando desperdícios e refletindo sobre o consumo.

Trajetória

Maria Suely Ferreira de Souza, ou, simplesmente, Suely Ojara, nome artístico que adotou, nasceu em Manaus, Amazonas, onde vive e desenvolve seus trabalhos artísticos há mais de duas décadas.

Sua trajetória teve início ainda na infância com rabiscos que fazia com a caneta Bic, desenhando figuras geométricas com traços firmes, a olho nu e livremente, ao invés do uso da régua.

Suas figuras geométricas saíram do papel A4 para as telas de pintura, para as blusas, roupas, paredes e passaram a ocupar outros espaços. Ganharam vida através de outros objetos, outras concepções, que não simplesmente as tintas e o papel.

Ojara passou também a esculpir seus personagens. E descobriu que à sua volta, por todos os cantos, seus personagens podiam nascer; fossem de latas velhas descartadas como lixo, arames, linhas, panos ou plásticos.

Autodidata, Ojara teve incursões por oficinas e cursos de formação artística, como o Processo Criativo Contemporâneo – Desenho, Pintura e Objetos Esculturais, pelo Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas.

Sua primeira exposição, “Pássaros in love”, em 2001, no Espaço Cultural Mar Azul, foi um sucesso e vendeu todas as peças para o Hotel Ariaú Tower. Ojara falava sobre o amor e a liberdade dos pássaros, em 12 telas de 1 metro por 1m20.

A artista fez outras exposições: Lunáticos (Bar Açaí e Cia, em 2002), Atípicos (Espaço Cultural Galvez, em 2003), De cara com a vida (Sesc, 2010).

Também participou de exposições coletivas: Itinerantes (Inpa, 2003), Pintando as bandeiras (Assembleia Legislativa do Estado, 2003), Pássaros (Projeto Arte Manaus, Fundação Villa Lobos, em 2004), Temperamentos – Jardim da Felicidade Possível (Universidade do Amazonas, em 2004), Por um fio (Centro de Artes da Universidade do Amazonas, 2006 e Música Transcendental (Casa de Cultura Ivan Marrocos, Porto Velho, RO, 2007).

Recentemente, a artista plástica apresentou a exposição O grito de Ojara, no espaço cultural Casa Oca e Jápeto, com totens que representam várias expressões de raiva, dor, gritos e injustiças que marcam um passado recente da história do Brasil.

Criadora de objetos artísticos e obras de arte inéditas, Suely Ojara tem desenvolvido peças lúdicas em objetos diversificados, criado murais e uma vasta linha de arte sobre peças de roupas, além da inovação constante de seus trabalhos.

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