Estudo aponta que AVC pode aumentar o risco de demência em até 80%

Estudo aponta que AVC pode aumentar o risco de demência em até 80%

Os resultados do estudo serão divulgados na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC de 2024. (Foto: Andriy Onufriyenko/GettyImages)

Uma nova pesquisa revelou que as probabilidades de uma pessoa manifestar demência aumentam em 80% quando ela sofre um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Além disso, o perigo pode triplicar durante o primeiro ano após o derrame. Os resultados do estudo serão divulgados na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC de 2024, agendada para os dias 7 a 9 de fevereiro em Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos.

O AVC representa uma lesão cerebral caracterizada pelo bloqueio ou rompimento dos vasos que fornecem sangue ao cérebro. A condição está associada a fatores de risco como hipertensão, tabagismo, diabetes, níveis elevados de colesterol, sedentarismo, obesidade e problemas cardíacos.

Além disso, pode resultar em sequelas como dificuldades de mobilidade em um lado do corpo, problemas de fala ou expressão, perda de memória, mudanças comportamentais, além de aumentar a propensão à depressão, conforme estudos anteriores.

No contexto da demência, a relação com o AVC pode ocorrer pelo fato de que, durante um episódio de derrame, o fornecimento de oxigênio para o cérebro é interrompido. Isso leva à morte de células cerebrais, aumentando o risco de desenvolvimento de Alzheimer e outros tipos de demência, como a demência vascular (causada pela redução do fluxo sanguíneo para o cérebro).

“O comprometimento cognitivo é muito comum após um acidente vascular cerebral e pode levar à demência, o que diminui a qualidade de vida e diminui a expectativa de vida. É importante mostrar uma ligação direta entre o AVC e a demência, e investigar o momento da demência após o AVC, para informar a investigação, o planeamento e a realização de intervenções”, afirma Raed Joundi, principal autor do estudo e professor assistente da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, no Canadá, ao Medical News Today.

Para conduzir o estudo, os pesquisadores examinaram dados de mais de 15 milhões de indivíduos em Ontário, no Canadá, através de bancos de dados médicos. Entre esses, aproximadamente 181 mil tiveram um AVC isquêmico ou hemorrágico e sobreviveram sem demência por, pelo menos, 90 dias.

Os demais participantes foram divididos em dois grupos de controle: um composto por pessoas que não tiveram AVC ou ataque cardíaco, e outro constituído por pessoas que sofreram um ataque cardíaco, mas não um AVC.

Os cientistas observaram que o risco de demência era 80% maior entre pessoas que tiveram um AVC em comparação com o grupo de controle sem ataque cardíaco ou derrame. A mesma taxa de risco foi observada em pessoas que tiveram AVC em comparação àquelas que sofreram um ataque cardíaco, mas não tiveram um derrame.

A pesquisa descobriu também que o risco de desenvolver demência é três vezes maior no primeiro ano após um acidente vascular cerebral. No entanto, o risco diminui após cinco anos, mais, ainda assim, é 1,5 vezes maior em comparação com quem não teve o derrame e, segundo a pesquisa, permaneceu elevado 20 anos depois.

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