Reconversão pela prefeitura do Edifício Mirante da Ilha tem projeto aprovado pelo Iphan

Reconversão pela prefeitura do Edifício Mirante da Ilha tem projeto aprovado pelo Iphan

O primeiro prédio de reconversão de uso e arquitetônica dentro do projeto “Nosso Centro”, da Prefeitura de Manaus, teve a proposta de intervenção aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-AM) do Amazonas. Projetado por equipe do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), o Edifício Mirante da Ilha, na avenida Sete de Setembro, esquina com a rua Visconde de Mauá, teve a proposta de intervenção aprovada e identificada a contribuir com “a preservação do conjunto urbano do Centro Histórico de Manaus ao promover a requalificação do local”. O imóvel hoje se encontra sem uso e descaracterizado, às margens do rio Negro, tendo quatro andares (térreo e mais três).

A reabilitação do antigo imóvel, onde funcionava a Companhia Energética do Amazonas (Ceam), visa melhorar a qualidade de vida das pessoas, sendo a primeira grande área vertical a ser construída pela prefeitura para atividades de entretenimento, lazer, contemplação e negócios na Ilha de São Vicente.

“É mais um passo que se constrói para a reabilitação do Centro de Manaus. Buscamos o alinhamento técnico e o resgate histórico para viabilizar os projetos que permitam novas dinâmicas para o território. Há diversas experiências nacionais com intervenções inter-relacionadas ao patrimônio histórico. Uma delas é o Museu de Arte do Rio, que integra duas edificações, uma histórica e outra moderna. Uma tem inclusive o teto ondulado, como é também nossa proposta para o prédio do Mirante, fazendo referência ao rio Negro e seu banzeiro”, explicou o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.

Para Valente, Manaus está em um bom caminho com a gestão David Almeida e, especialmente, por poder contar com aporte de recursos para as obras. “Muitos programas e planos afundam porque não tem recursos aportados. E os recursos foram uma garantia do prefeito para a primeira etapa do ‘Nosso Centro’. A licença do Iphan valoriza e se junta à nossa proposta de reativar mais atividade econômica e dar longevidade e uso ao patrimônio. Estamos evoluindo com comprometimento com a cidade e projetos significativos e importantes para reabilitar o Centro Histórico”, comentou.

O Mirante da Ilha está com o projeto básico concluído e o projeto executivo está em finalização. Eles vão se somar às licenças necessárias para criação do edital de concorrência pública e futuro lançamento da licitação. A previsão da prefeitura é lançar a ordem de serviço para esta obra em setembro deste ano, tendo sua entrega programada para 2023.

Equipamento público

Como é um grande equipamento urbano, ele foi projetado para abrigar várias ações de cultura, lazer, gastronomia, negócios e muito mais, tendo como fundo a vista do rio Negro. E um dos eixos do “Nosso Centro” é destaque do escopo da intervenção, o “Mais Negócios”.

“O licenciamento junto ao Iphan mostra que estamos em comum acordo com a legislação vigente e as diretrizes do planejamento urbano. O Mirante é um prédio com linhas contemporâneas e durante várias reuniões, com posicionamentos de técnicos do Iphan e do Implurb, chegamos a um denominador comum para a reconversão, para o imóvel manter o diálogo arquitetônico e de uso com o entorno e o Centro”, disse o diretor de Planejamento do instituto, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.

O prédio e o futuro largo construído ao seu redor servirão como um dos polos dinamizadores da região, sendo a primeira área pública verticalizada, da capital, de lazer e contemplação para o rio. “E este é o primeiro programa do ‘Nosso Centro’ a receber aprovação do Iphan, incentivando mais negócios e a implantação de novas atividades principais e de apoio. Significa que quanto maior a diversidade na área, melhor para o território”, explicou o diretor.

Projeto arquitetônico

O antigo prédio da Ceam vai abrigar um complexo de lazer e negócios, com foco no turismo, incluindo um pier, mirante, varandas, praça de alimentação coberta, decks e uma bela cobertura sinuosa que remete a um banzeiro. O pier vai substituir uma estrutura precária de atracadouro que existe no lugar, que recebe lanchas e pequenas embarcações do Corpo de Bombeiros, e das áreas de saúde e educação.

O prédio vai proporcionar uma vista privilegiada para o rio Negro, num dos pontos mais avançados da Ilha de São Vicente, contemplando espaços para projetos comerciais, como restaurantes, banheiros, lanchonetes e bares, além de área de exposições culturais, apresentações de shows, paisagismo e convivência integrada entre a construção e o ambiente natural.
O edifício terá estrutura coberta, mas com vãos vazados que vão permitir, em vários níveis, a observação para o rio e sua contemplação. A obra vai se integrar ao parque urbano, construindo um grande largo, associado à circulação de vários modais e requalificação de áreas vazias.

O largo que será criado no espaço envolve prédios de interesse de preservação até a rua Bernardo Ramos. Com a reconversão do edifício, no térreo ele contará com uma grande praça coberta, seguida de um segundo andar para área cultural e central de artesanato. No local, artistas poderão fazer exposições e apresentar shows. No terceiro pavimento ficará a gastronomia, com três operações de restaurantes, e no quarto o mirante.

Resgate

O planejamento prevê o resgate dos elementos originais da pavimentação das calçadas e das ruas; instalação de mobiliários urbanos e arborização das vias; implementação de acessibilidade nas esquinas e logradouros; melhoria da iluminação ambiente e cênica no prédio. A grande área de lazer vertical servirá de conexão natural e cultural com a paisagem bem à frente, o rio e sua beleza.

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