Deputada negra de SP pede cassação de parlamentar que disse que colocaria cabresto na boca dela

A deputada Mônica Seixas (PSol). Foto: Divulgação

Durante uma sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na última quarta-feira (18), o deputado Wellington Moura (Republicanos) disse que iria “colocar um cabresto” (equipamento usado na boca de cavalos) na boca da deputada Mônica Seixas (PSol). A parlamentar pediu a cassação do mandato dele e do também deputado Gilmaci Santos (Republicanos) no Conselho de Ética, por injúria e racismo.

Gilmaci Santos chamou Mônica Seixas de “louca” na terça-feira (17), depois que ela se posicionou em relação a um episódio transfóbico promovido pelo deputado Douglas Garcia (PTB), em relação à deputada Érica Malunguinho (PSol). No caso de Douglas, Mônica disse que ele “insurgiu-se contra ela, alegando ter sido agredido pela mesma”.

No mesmo dia, a parlamentar registrou um Boletim de Ocorrência contra Gilmaci e Douglas.

Na quarta-feira, durante a votação da cassação do deputado Frederico D’Ávila, Mônica Seixas fez um discurso sobre saúde pública e foi alvo de crítca pelo presidente da assembleia, Carlos Eduardo Pignatari, por falar sobre um tema distante do que estava sendo debatido.

Nesse momento, o deputado Wellington Moura (Republicanos) pegou o microfone e disse: “Vou colocar um cabresto na sua boca”. Mônica retrucou: “Você não vai calar minha boca”. “Vou sim”, respondeu Wellington.

Em nota, Moura tentou se justificar por ter usado este termo. “Quando me referi a deputada Mônica Seixas, me utilizei da palavra cabresto no contexto de dizer: algo que controla, contendo então as palavras dela na qual se utilizava para se manifestar ao deputado Douglas Garcia em um momento em que ela não poderia se manifestar”.

Gilmaci Santos confirma que a chamou a parlamentar de “louca”, mas nega a agressão. “Nós estávamos no Plenário em um debate acalorado, e no meio da discussão eu realmente disse ‘você é louca’, mas no contexto ali da situação. Porém, em momento algum encostei na deputada Mônica Seixas, a agredi. Isso é uma inverdade! Vamos acionar a Justiça com uma representação civil e criminal contra ela, por injúria, difamação e mentira. Nós temos imagens do ocorrido, e no momento oportuno vamos apresentá-las.”

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