Ópera ‘Peter Grimes’ é apresentada pela primeira vez no Amazonas

“Peter Grimes” terá outras duas récitas, neste domingo (22/5) e na terça-feira (24/5), no Teatro Amazonas. Foto: Divulgação/Michael Dantas/Cultura e Economia Criativa

Com mais de 80 artistas envolvidos, troca de cenários e abordando temas relevantes sobre a humanidade, a ópera “Peter Grimes” teve a sua estreia no 24º Festival de Ópera do Amazonas (FAO), nesta sexta-feira (20/5), no Teatro Amazonas. A obra do compositor Benjamin Britten, escrita no século XX, na Inglaterra, e adaptada aos palcos, foi apresentada pela primeira vez no Amazonas.

Promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), o festival de ópera inovou com um título que carrega complexidade, ao abordar assuntos polêmicos, como a hipocrisia, exploração ao trabalho infantil, instigando o público a refletir sobre a prática do cancelamento, os tribunais das redes sociais e a intolerância.

“É uma obra clássica no modelo grego, uma tragédia que, apesar de escrita tempos atrás, tem uma humanidade atemporal, com estereótipos que se repetem”, disse o tenor Fernando Portari, que dá vida a Peter Grimes.

Esse diferencial tornou a ópera uma das mais aguardadas do FAO. O secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, destaca a importância do festival que recebeu convidados de outros estados, fortalecendo o intercâmbio cultural.

“Na estreia de ‘Peter Grimes’ recebemos importantes convidados, que participaram do 3º Encontro de Cultura e Economia Criativa e Teatro de Ópera, além de vários estados representados, que estiveram presentes no Fórum de secretários de Cultura e coordenadores de Cultura do interior do Amazonas. Além de prestigiar a nossa programação, tivemos a oportunidade de participar de um importante diálogo, debatendo políticas públicas de cultura entre outros temas”, avaliou.

Foto: Divulgação/Michael Dantas/Cultura e Economia Criativa

Produção artística

Resultado de uma parceria entre o FAO e a Universidade de Los Andes, da Colômbia, dois professores da instituição atuaram na produção da ópera “Peter Grimes”. Um deles, o colombiano, diretor cênico da obra, Pedro Salazar, que destaca a montagem do cenário construído, com exclusividade, para apresentação em Manaus.

“Nesta produção temos uma paisagem latino-americana, um povo similar aos povos do pacífico colombiano. Trabalhamos com muitas imagens do Amazonas, encontramos pescadores urbanos e chegamos a um universo mais próprio para ópera”, disse o diretor. Elementos de grande dimensão entram e saem do palco, dando vida a novos cenários, que encontram semelhança às palafitas das vilas de pescadores do Amazonas.

A ópera sustenta três horas de duração, o que comprova o alto grau de complexidade da montagem, acompanhada pela Orquestra Amazônica Filarmônica, sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro.

Foto: Divulgação/Michael Dantas/Cultura e Economia Criativa

“A orquestra vem ensaiando desde fevereiro, assim como o coral. É uma ópera de difícil execução, mas é um prazer enorme está produzindo esta obra de um título tão significativo do século XX, que merece que o público assista”, comenta Malheiro.

A montagem terá outras duas récitas, neste domingo (22/5) e na terça-feira (24/5).

Festival

O FAO segue até 31 de maio, na capital e interior. A programação conta com atrações gratuitas e, para as obras pagas, os ingressos estão à venda em www.bilheteriadigital.com e na bilheteria do Teatro Amazonas.

Cinco óperas, recitais, concertos, workshop e encontro de economia criativa estão na agenda do evento. A programação inclui atrações no Teatro Amazonas, Teatro da Instalação, centros culturais Palácio da Justiça e Palácio Rio Negro e também no interior. As estreias das óperas vão ser transmitidas pela TV Encontro das Águas e nas redes sociais da @culturadoam.

O FAO é realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC). O projeto, aprovado na Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura, tem patrocínio master do Bradesco e patrocínio da Innova.

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