Parkinson: geriatra orienta sobre sintomas, diagnóstico e fala dos estigmas da doença

A doença de Parkinson inclui sintomas não motores, como transtornos psicológicos e alterações intestinais. Foto: Divulgação

O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, nesta segunda-feira (11), é voltado para sensibilizar a população sobre cuidados com pacientes e o diagnóstico da doença. A geriatra Marília Lobo, do Centro de Atenção ao Idoso (Caimi) André Araújo, unidade da Secretaria do Estado de Saúde (SES-AM), alerta para os principais sinais e o tratamento com equipe multiprofissional.

“Às vezes a doença começa bem antes, a gente ainda não tem muitos avanços na questão de diagnóstico porque é clínico, pelos sintomas. Quais são os sintomas que caracterizam mais: o tremor é um deles, mas não é o principal e não é o mais precoce. O que a gente vê que é o mais precoce é essa lentidão de movimento, de coordenação. Além dessa lentificação de movimento, a gente tem os tremores, a instabilidade postural e aumento do risco de queda e a rigidez”, explica a médica.

Sintomas não motores

De acordo com a especialista, existem os sintomas não motores também, como transtornos psicológicos e alterações intestinais. “Podem estar associados, por exemplo, a depressão, ansiedade, alteração de sono, insônia, pode ter alteração de hábito intestinal, constipação é muito comum do paciente também com Parkinson. Quando é abordado por uma terapêutica com a equipe multidisciplinar o resultado é muito melhor, o tratamento é muito mais eficaz”, ressalta Marília.

Diagnóstico e tratamento

A identificação precoce da doença de Parkinson e os cuidados após o diagnóstico clínico são ressaltados pela geriatra, dando ênfase ao acompanhamento multiprofissional para uma reabilitação de maior sucesso.

“A gente precisa o quanto antes do fisioterapeuta para tentar melhorar essa questão do movimento, dar melhor força, equilíbrio e resistência. Esses pacientes caem com muita facilidade e traz todas as consequências e agravos que tem o perigo das quedas. Às vezes o acompanhamento com a fonoaudióloga, porque a doença de Parkinson tem alteração da voz, fica mais baixa e aumenta o risco de começar a engasgar, que é a disfagia”, diz a geriatra.

A geriatra Marília Lobo, do Centro de Atenção ao Idoso (Caimi) André Araújo. Foto: Divulgação/Rodrigo Santos/SES-AM

A médica também alerta para os estigmas da doença e como isso pode prejudicar o processo de investigação, principalmente nos pacientes mais idosos. De acordo com Marília, a doença é mais recorrente a partir dos 40 e 60 anos.

“É muito importante para tentar desmistificar muita coisa, tirar aqueles estigmas. Por exemplo, existe uma fala nas especialidades que a gente utiliza muito: ‘Nem todo Parkinson treme e nem todo tremor é Parkinson’. A gente tem algumas dificuldades, por exemplo, o envelhecimento em si, ele já tem alguns estigmas, ‘O idoso é lento, ele é devagar para fazer movimento. O idoso treme, é normal do envelhecimento’. Às vezes isso já começa a dificultar, inclusive o diagnóstico mais precoce, porque é atribuído ao envelhecimento normal”, enfatiza.

Serviço

Os Caimis André Araújo e Ada Viana, localizados nas zonas Norte e Oeste de Manaus, respectivamente, são unidades da rede estadual de saúde especializadas no atendimento à terceira idade, com profissionais capacitados para diagnosticar e encaminhar o paciente para outras especialidades, conforme a necessidade. Os Caimis funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

A geriatra ressalta a qualidade de vida e o cuidado terapêutico oferecido na rede pública de saúde. “O Caimi tem essa característica de atendimento do idoso e é uma equipe multidisciplinar. O idoso passa pela enfermagem, serviço social, além do médico, clínico ou geriatra. A gente pode encaminhar para a fisioterapia, psicólogo, fonoaudióloga e para nutricionista. Temos serviços que podem fazer diagnóstico e melhorar a qualidade de vida”, ressalta a médica.

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