Morre Sebastião Tapajós, o violonista santareno que encantou o mundo

Morre Sebastião Tapajós

Morre Sebastião Tapajós, um dos mais conhecidos e talentosos violonistas de todos os tempos

O violonista Sebastião Tapajós faleceu esta noite, em Santarém (PA), aos 78 anos. O artista estava internado no hospital da Unimed Oeste do Pará. Ele havia sido submetido a uma cirurgia e teria alta hoje (02/10), mas não resistiu. Foi um dos mais conhecidos e importantes violonistas do mundo.

Sebastião Pena Marcião adotou o Tapajós como nome artístico e Santarém como cidade, depois de mudar para lá muito pequeno. Ele nasceu no rio Surubiú, em Alenquer (PA), numa comunidade rural, no dia 16 de abril de 1943. Depois, com o violão embaixo do braço, ganhou o mundo.

O artista tocou com os brasileiros Hermeto Pascoal, Jane Duboc, Zimbo Trio, Waldir Azevedo, Paulo Moura, Sivuca, Maurício Einhorn e Joel do Bandolim. E, ainda, com Gerry Mulligan, Astor Piazzolla, Oscar Peterson e Paquito D’Rivera.

O violonista era formado pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, em Portugal. Estudou guitarra na Espanha, com Emilio Pujol. Lançou mais de 50 discos e se tornou presença cativa na Europa, particularmente na Alemanha, para onde viajava todos os anos.

Fazia um violão clássico de altíssimo nível, mas também era compositor de música popular. Compôs em parcerias com Marilena Amaral, Paulinho Tapajós, Billy Blanco, Antonio Carlos Maranhão, Avelino V. do Vale e outros compositores. Emílio Santiago, Miltinho, Pery Ribeiro, Jane Duboc, Maria Creuza, Fafá de Belém, Nilson Chaves, Ana Lengruber e Cristina Caetano estão entre os artistas que gravaram músicas dele.

 

Parceiros

Morre Sebastião Tapajós

Kokó Rodrigues, tocando para Sebastião ouvir, no violão que ganhou autografado dele.

O violonista e cantor amazonense Kokó Rodrigues era amigo pessoal de Sebastião Tapajós. “Ganhei dele um violão, autografado, que guardo com muito orgulho”, revela. O governador Wilson Lima, no dia anterior à posse, viu o instrumento com Kokó e se emocionou. “Wilson foi aluno do professor de violão do Sebastião, seo Moacir, de Santarém”, acrescenta. “Um dia ele decidiu me ouvir e eu disse: ‘Mestre, quanta honra em tocar pra você’. Ele respondeu: ‘Que nada vou aprender com você’. Era muito humilde. E repetia: ‘Kokó, a gente aprende até com quem não sabe tocar'”.

Muito simples e sempre acolhedor com os amigos, Sebastião também era amigo do cantor e compositor amazonense Chico da Silva. Os dois moravam em endereços próximos, no Rio de Janeiro, quando o violonista estava casado com a atriz global Heloísa Raso. Eles se frequentavam e levavam os amigos para as casas de ambos.

Sebastião Tapajós voltou para Santarém e de lá saía apenas para shows. O sepultamento será realizado na cidade, amanhã (03/10).

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *