Ao contrário da FVS, Fiocruz coloca Amazonas entre Estados com tendência de alta de Covid e SRAG

Ao contrário da FVS, Fiocruz coloca Amazonas entre Estados com tendência de alta de Covid e SRAG

Ao contrário da FVS, Fiocruz coloca Amazonas entre Estados com tendência de alta de Covid e SRAG. Foto: Arquivo

Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Tocantins apresentaram tendência de crescimento nos casos e óbitos por covid-19 e na incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na semana de epidemiológica 18, de 2 a 8 de maio. As informações foram divulgadas hoje (13) no Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que aponta que todo o país continua a registrar nível muito alto de SRAG.

Segundo o estudo, Amazonas, Tocantins e Mato Grosso do Sul têm mais de 75% de probabilidade de recrudescimento da pandemia na análise de curto prazo (últimas três semanas), e Amazonas e Maranhão apresentam essa tendência na análise de longo prazo (últimas seis semanas). Entre as capitais, três apresentam sinal de crescimento de casos e óbitos: Manaus, Porto Alegre e Palmas.

A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) hoje divulgou que a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Amazonas por Covid-19 permanece estável, mas em patamares elevados, enfatizando a importância da manutenção das medidas de prevenção à pandemia, diante da mudança na evolução da doença no Amazonas, com diminuição de 14% na média diária de casos de Covid-19, nos últimos 14 dias.

Ao contrário

Além desses indicadores, a equipe da Sala de Situação de Saúde do Amazonas, instalada na FVS-AM, identificou tendência de redução do número de óbitos pela doença. A análise e recomendações constam no Boletim Ampliado da Situação Epidemiológica da Covid-19 no Amazonas Ano 2 / Número 18, divulgado nesta quinta-feira (13/05). O documento está disponível em: https://bit.ly/3w3Qrnb

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do sistema Infogripe, alerta que este cenário reforça a importância de cautela em relação às medidas de flexibilização das recomendações para redução da transmissão da Covid-19.  Gomes destaca que a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança.

“Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes. Portanto, essas medidas devem ser adotadas até que a tendência de queda seja mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos”, afirma Gomes.

Capitais e Distrito Federal

O novo Boletim indica que três das 27 capitais apresentaram sinal de crescimento até a SE 18: Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Palmas (TO). Foi verificada tendência de estabilização em Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI), Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), São Paulo (SP) e Vitória (ES).

“Esse cenário, assim como alertado para alguns estados, sinaliza que algumas capitais dão indícios de interrupção de queda ainda em patamares extremamente elevados, em curto e longo prazo”, reforça o pesquisador.

Macrorregiões de saúde

Em 13 estados brasileiros, observa-se ao menos uma macrorregião de saúde (conjunto de municípios que compartilham recursos de saúde na rede SUS) com sinal de crescimento nas tendências de curto ou longo prazo: Amazonas, Pará, e Tocantins no Norte; Bahia, Maranhão, Pernambuco, e Piauí no Nordeste; São Paulo no Sudeste; Distrito Federal e Goiás no Centro-Oeste; e Paraná, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina no Sul.

O Boletim chama atenção ainda para o aumento no número de casos de vírus sincicial respiratório (VSR). Foram registrados cerca de 200 novos casos semanais entre as semanas 7 a 13 de 2021 (14 de fevereiro a 3 de abril), atingindo 340 casos confirmados referentes à SE 11. Este aumento foi verificado em todas as regiões do pais, sendo que as regiões Sudeste e Centro-Oeste são as que apresentam a maior incidência acumulada até o momento.

Testagem

“Nem todas as unidades federais estão conseguindo manter a testagem do painel de vírus respiratórios para todos os casos negativos para Sars-CoV-2. É importante o alerta para todo o país em relação a isso. O aumento de casos confirmados de vírus respiratório pode estar associado ao relaxamento das medidas de distanciamento, que também levou ao aumento explosivo nos casos de Covid-19”, alertou Gomes.

Em termos de faixa etária, os casos de SRAG com confirmação para vírus respiratórios apresentam mediana de 0 ano e intervalo de confiança a 90% entre [0 – 7] anos de idade, enquanto a mediana para o total de casos de SRAG referentes ao ano de 2021 é de 60 anos [8 – 86]. Também foi observada presença de casos confirmados para rinovírus, com uma média de aproximadamente 40 casos semanais em 2021 e distribuição etária com mediana de 8 anos [0 – 85].

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