
Manaus vira prioridade na vacinação, depois de ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (foto), ser duramente criticado por negar essa possibilidade
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, anunciou há pouco, em Manaus, que a cidade é prioridade na vacinação contra Covid-19. “Manaus será a primeira a ser vacinada. Ninguém receberá a vacina antes de Manaus”, disse. Ele havia dito, na chegada à cidade, segunda (11/01), que “nenhum Estado teria prioridade na vacinação”.
Agora, além da prioridade, prometeu que 8 milhões de doses devem estar disponíveis ainda em janeiro. São 6 milhões do Butantan e 2 milhões da Índia. “Quatro dias após a Anvisa liberar, a vacina estará disponível. A Anvisa deve se pronunciar dia 17 ou dia 22 e é só contar os dias para a frente. Hoje (13/01) decola um avião para ir buscar as vacinas da Índia”, revelou.
O ministro foi dramático. “Minha família está aqui. Minha filha está aqui. Nós estamos com vocês. O presidente está com vocês. Nós somos o Governo Federal e não pensem que não estamos com vocês”, enfatizou. Pazuello foi duramente criticado após o pífio discurso da chegada a Manaus, quando disse que a vacinação ocorreria “no Dia D e na Hora H”.
O presidente Bolsonaro disse, em encontro com apoiadores, na porta do Palácio do Planalto, que houve “intervenção no Amazonas”. E criticou a Prefeitura de Manaus e o Governo do Estado. Pazuello, porém, falou ao lado de prefeito e governador, em clima da mais absoluta cordialidade. Ele disse que David Almeida ampliou a UBS Nilton Lins e está trabalhando em conjunto.
Balanço no Amazonas
O ministro da Saúde fez um balanço da visita a Manaus, com todos os secretários do Ministério da Saúde. Veja, abaixo, um resumo do que o ministro e seus assessores anunciaram:
Foram abertos 180 novos leitos no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). A reorganização, com ajuda das Forças Armadas, ocorreu ontem (12/01);
Enfermarias de campanha, 60 delas, estão sendo deslocadas para Manaus hoje;
Hospital Nilton Lins abre, entre hoje e amanhã, 80 leitos, entre UTIs e leitos clínicos;
O hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, está ajudando na gestão hospitalar e trabalha para incentivar altas médicas. O processo pode liberar mais 150 leitos, com os pacientes indo para tratamento residencial;
O total dá 500 leitos novos, entre enfermaria e UTI. “Isso estabiliza o Estado”, garantiu.
Manaus receberá 180 voluntários da área de saúde, que estão prontos, hoje, para contrato pelo Estado. Outros profissionais virão. Ministério contrata, paga, transporta e apoia.
Monitores, respiradores, bombas de infusão e tudo o que foi solicitado ao Ministério da Saúde pelo Amazonas, garante o ministro, foi liberado.
O depósito do MS em Guarulhos está disponível e o transporte de materiais destinados ao combate da pandemia para Manaus é responsabilidade do Ministério. “Coloco tudo em Manaus em dois dias”, disse Pazuello.
Crise do oxigênio
A White Martins sempre trabalhou, em Manaus, a 50% da produção. Tem capacidade para produzir 25 mil metros cúbicos de oxigênio gasoso por dia. Produzia 15 mil. Hoje, o consumo hospitalar em Manaus é de 70 mil/dia. Duas outras menores produzem mais 3 mil, num total de 28 mil metros cúbicos dia. “Isso sem contar os novos leitos que irão abrir”, disse o ministro.
“Toda a fabricação no Brasil está impactada. Estamos fazendo uma ponte-aérea com aviões da FAB e aviões civis contratados. Cada Hércules C-130 traz 6 mil metros cúbicos por viagem. Avião cargueiro civil traz 3 mil metros cúbicos. Uma ponte-fluvial responde por 1/3 da demanda. “Precisamos de ponte terrestre, com carreta, pela BR-319”, disse.
Serão compradas dez usinas geradoras de oxigênio, com recursos do Governo do Estado. O Ministério vai transportar e instalar tudo em quatro dias. Cada usina produz 5 mil metros cúbicos cada. “Isso resolve o problema de Manaus”, garantiu.
“No dia 31/12, o Ministério mandou mais R$ 25 milhões para preparar o Estado contra a Covid-19”, finalizou Pazuello.
VEJA A ÍNTREGRA DO PRONUNCIAMENTO DO MINISTRO DA SAÚDE, EDUARDO PAZUELLO:
Deixe um comentário