Saullo Vianna queria ser presidente e ação da PF limou as chances. Entenda o Panavueiro da sucessão na Assembleia

Saullo Vianna queria ser presidente

Saullo Vianna queria ser presidente, apesar de estar no primeiro mandato. Entenda os detalhes da pretensão

A Operação Ponto de Parada, deflagrada na segunda (23/11), mexeu na complicada balança da sucessão na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam). Saullo Vianna, principal alvo da PF, vinha articulando para suceder Josué Neto na presidência da casa. Com a prisão do pai e a impressão de que não foi preso por causa da imunidade, Saullo agora parece carta fora do baralho. Os nomes principais, neste momento, são o próprio Josué e o decano Belarmino Lins. Entenda o panavueiro da sucessão na Assembleia.

 

Operação Ponto de Parada

A Operação Ponto de Parada resulta de investigação da PF e ação do Ministério Público Federal (MPF). Quatro prisões foram determinadas pela Justiça Federal. Visa punir crimes na licitação do transporte escolar do Município de Presidente Figueiredo. As prisões são temporárias, válidas por cinco dias. Podem ser renovadas por outros cinco ou transformadas em provisórias, com prazos mais elásticos.

 

Eleição até o Natal

Amortecida pelo 2º Turno da eleição de Manaus, que vai até domingo (29/11), a eleição para presidente da Aleam acontece antes do Natal. A data exata ainda não foi definida pela mesa diretora da casa.

 

Josué Neto

O atual presidente da Assembleia Legislativa, Josué Neto, conseguiu arrancar do plenário uma mudança no regimento. Agora, presidente pode ser reeleito. O rompimento com o governador Wilson Lima, no entanto, diminui substancialmente as chances dele. Wilson conseguiu evitar um impeachment por maioria folgada de votos, demonstrando força na casa.

 

Josué Filho

Josué Filho, pai de Josué Neto, chega aos 75 anos em abril de 2021. É quando deixará o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Neto sonha com essa vaga, que pertence ao Poder Legislativo. Conselheiros ficam até os 75 anos, mas o gordo salário é vitalício.

 

Josué Filho (2)

A valiosa moeda de troca da vaga de Josué Filho pode ser usada por Josué Neto. Ele abrigaria, por exemplo, um vice-presidente de confiança, que assumiria o cargo, caso ele fosse eleito para a vaga do pai, apenas quatro meses após a posse na nova presidência.

 

O grupo de Saullo

Um grupo de deputados vinha se reunindo, nos restaurantes da cidade, em torno de Saullo Vianna. Abdala Fraxe, Roberto Cidade, Alessandra Campelo e até Belarmino Lins, o Belão, estão nesse grupo. Buscam o apoio, principalmente, dos deputados mais novos, que entraram na atual legislatura.

 

Belarmino Lins

A eleição municipal também mexeu com o clima na Aleam. Dois deputados, Ricardo Nicolau, em Manaus, e Augusto Ferraz, em Iranduba, concorreram ao cargo de prefeito. O vice de Nicolau foi o médico George Lins, filho de Belão. Apesar da derrota da chapa, que ficou em 4º lugar, os Lins saíram fortalecidos. Eles derramaram prefeitos e vereadores, na capital e no interior. Estão também esbanjando saúde financeira, com o Grupo Fametro, da família, comprando em leilões a Santa Casa de Misericórdia e o Tropical Hotel.

 

Belarmino Lins (2)

Belão, para completar, atende aos desejos do governador Wilson Lima. Depois do susto do impeachment, que ele debelou, Wilson não quer correr riscos. Busca um nome experiente e conciliador. E não quer mais Josué Neto. Belão se encaixa como uma luva nesse perfil, uma vez que foi o adversário de Josué na eleição passada.

 

Nejmi Aziz e Augusto Ferraz

O deputado estadual Augusto Ferraz (DEM), se elegeu prefeito de Iranduba. Foi eleito deputado na coligação “Amazonas com segurança” (PSD, DEM E PRB). Nejmi Aziz, ex-primeira-dama do Estado, mulher do senador Omar Aziz, assume a vaga dele, como primeira suplente.

 

Nejmi Aziz e Augusto Ferraz (2)

Há manobras em curso para que Augusto Ferraz renuncie antes e permita que Nejmi participe da sucessão na Aleam. Ele pode renunciar a qualquer momento, embora a posse como prefeito seja no dia 1º de janeiro 2021.

 

O panavueiro

Saullo foi preso e, mesmo assim, diplomado deputado estadual. Comandou, com mão de ferro, a eleição do presidente do Caprichoso, Jender Lobato, agora preso na Operação Ponto de Parada. Jender era o presidente da Comissão de Licitação de Figueiredo, à época das supeitas da PF. Também exibiu como troféu a vitória do irmão de Jender, Jander Lobato, eleito vereador de Manaus. Dono de contratos em várias prefeituras e no Governo do Estado, Saullo tem mostrado fôlego financeiro. Não fosse a operação da PF e, realmente, seria favorito à presidência da Aleam. O que não fecha, nessa conta, é como o parlamento estadual se curva a esses fatos e a comissão de ética se cala. É por isso que, até o Natal, na eleição da mesa diretora, a opinião pública precisa ficar atenta. Muitas máscaras cairão. E não será nenhuma usada contra a Covid-19.

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