Emerson Maia, autor de toadas antológicas, abre vaquinha eletrônica para sobreviver

Emerson Maia

Emerson Maia (de vermelho), ao lado de David Assayag (óculos) e do maestro Davi Nunes (direita)  subiu ao palco para agradecer e receber as homenagens de um público surpreendente. Foto: Marcos Santos

O poeta está doente. Emerson Maia, 66, o músico que afinava piano de ouvido, autor de toadas antológicas, como “Lamento de Raça” e “Ao pé da roseira”, precisa de ajuda. Após contrair tuberculose, em cujo tratamento comprometeu o fígado, ele foi internado às pressas no hospital Check-Up de Manaus. O estado dele se agravou e os médicos comunicaram à família que precisa de um transplante de fígado, urgente, por questão de sobrevivência. Foi então que um grupo, entre familiares e amigos, decidiu abrir vaquinha eletrônica para o tratamento.

Emerson é filho de Antônio Maia, um dos responsáveis pela manutenção financeira do Garantido, nos primeiros anos, em Parintins. A família inteira, que nada tem a ver com o ex-governador do Amazonas Álvaro Maia, trabalhou no bumbá. Foi para o pai que o poeta escreveu “Ao pé da roseira”, um classíco entre todas as toadas.

Hoje, Emerson está com quadro de cirrose, agravado, onde apenas um transplante de fígado pode aumentar a expectativa de vida. “O pré-operatório já está em andamento e as custas ultrapassam R$ 30 mil. A previsão de custo total é de R$ 80 mil”, diz a nota que anuncia a vaquinha.

 

Festivais

Emerson Maia, ao retornar a Parintins, depois de estudar em conservatório de música, em Belém, participou de várias competições. “Meu mundo verde”, uma de suas primeiras composições, ganhou um dos primeiros festivais da canção na Ilha Tupinambarana. Ele foi também um dos primeiros levantadores de toadas do Garantido, acompanhando a apresentação de Paulinho Faria. No ano passado, magoado com decisões de diretoria, se transferiu para o Caprichoso.

No dia 8 de setembro de 2015, uma terça-feira, o Teatro Amazonas lotou completamente. Foi o dia em que a Orquestra de Violões apresentou o espetáculo “A alma vermelha de Emerson Maia”, com as composições do artista.

O maestro Davi Nunes, responsável pela orquestra, levou para o palco nomes como David Assayag, Márcia Siqueira e Tony Medeiros, para apresentar a obra do artista. Emocionado, Emerson disse que foi “um reconhecimento honroso e surpreendente”.

Emerson era um parintinense do tipo radical. Decidiu morar na cidade e encontrar nela o sustento, inclusive cultural, sem admitir interferências. Até parintinenses que haviam saído da cidade eram rechaçados por ele. “Vem pra cá lutar, antes de falar”, dizia.

David Assayag, em show solo, no mesmo Teatro Amazonas, chegou a declarar que considera “Lamento de raça”, “a melhor toada entre todas”. A letra fala da preservação ambiental e lamenta, com muita poesia, tudo o que já foi perdido.

Ouça, abaixo, “Lamento de raça”, com David Assayag:

 

Vaquinha

“Fazemos um apelo aos amigos, parentes e até mesmo fãs, que um dia se emocionaram com a obra do nosso poeta: quem puder, colabore conosco. Qualquer valor será muito bem vindo!”, diz a nota de abertura da vaquinha eletrônica.

Quem quiser ajudar pode acessar o link da “vaquinha” eletrônica e doar o que puder: http://vaka.me/1251966.

As contas para depósitos são:

Bradesco

Emerson Faria Maia

Ag 3703

Conta Poupança 1000503-3

CPF 90173740200

 

Caixa Econômica

Karina de Moura Reis (nora)

Agência 0715

Op 013

Conta 00057828-1

CPF 952.310.992-87

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