Bumbás no TRT11 podem evitar leilões de Cidade Garantido, Zeca Xibelão e Escolinha de Artes do Caprichoso

Bumbás no TRT11

Bumbás no TRT11 (foto) para tentar evitar os leilões dos bens acumulados em 100 anos de história

Os dirigentes dos bumbás Caprichoso e Garantido foram nesta quinta (09/07) ao Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11). A caravana busca acordo para evitar a perda dos principais bens de ambos, a Cidade Garantido, o curral Zeca Xibelão e a Escolinha de Artes do Caprichoso. Eles estavam acompanhados do prefeito Bi Garcia e do secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo. Um leilão desses bens está marcado para o dia 24/07, às 9h30, virtualmente, no link www.amazonasleiloes.com.br. Tudo por conta de dívidas trabalhistas de gestões anteriores.

Os bumbás proporão acordo de parcelamento. O Caprichoso deve cerca de R$ 4,5 milhões e o Garantido R$ 2,5 milhões. “Metade disso é multa e um acordo justo reduz o débito ao meio”, disse um dos participantes. O acerto final depende agora das propostas de acordo e do julgamento nas instâncias do tribunal.

O grupo se avistou com o presidente do TRT11, Lairto José Veloso, e o desembargador David Alves de Mello Junior. Os juízes Djalma Monteiro de Almeida, coordenador do Núcleo de Apoio à Execução e Cooperação Judiciária (NAE-CJ), e Izan Alves Miranda Filho, titular da Vara do Trabalho em Parintins, também estavam presentes.

Os presidentes do Garantido, Fábio Cardoso, e do Caprichoso, Jender Lobato, ambos advogados, saíram da reunião muito satisfeitos. Eles estavam acompanhados do diretor jurídico Raul Góes Neto (Garantido) e Victor Góes e Leonardo Fernandes, diretor jurídico e advogado (Caprichoso).

 

Acordos estranhos

As dívidas dos bumbás têm origem em contratos estranhos. No Caprichoso, no fim do mandato, a presidente Márcia Baranda reconheceu dívidas e criou cláusulas contratuais com multas estratosféricas. Um artista que ganhava R$ 10 mil por ano recebeu, na Justiça do Trabalho, R$ 400 mil de indenização. Um diretor, conhecido como Osmarzinho, sem nenhum vínculo trabalhista, conseguiu receber R$ 56 mil.

O endividamento aumentou ainda mais quando o governador cassado José Melo declarou que não ajudaria o Festival de Parintins. Os bumbás fizeram a festa, no peito e na raça, mas deixaram de cumprir acordos trabalhistas.

O leilão do dia 24/07, que parece cruel, diante da pandemia e o adiamento do Festival 2020, deriva de acordos não cumpridos de 2008. Mas os bumbás ficaram, praticamente, sem renda alguma.

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