PF prende Simone Papaiz, após duas horas de busca e apreensão na casa dela

PF prende Simone Papaiz

PF prende Simone Papaiz (foto), depois de cumprir mandados de busca e apreensão por duas horas no apartamento dela. Foto: Arquivo

A Polícia Federal (PF) acaba de cumprir mandados de busca  e apreensão na sede do Governo do Estado, na Compensa, e nas residências do governador Wilson Lima e da secretária estadual de Saúde, Simone Papaiz. Papaiz havia mudado há semanas para o local, num condomínio da Ponta Negra. Ela foi presa pela PF, após o cumprimento do mandado. A Operação Sangria cumpre oito mandados de prisão temporária.

A PF emitiu comunicado sobre a operação, como é de praxe. Na casa de Simone Papaiz, os policiais precisaram levar o carro ao elevador, para recolher o material apreendido e conduzi-la sem chamar a atenção de repórteres, que já se aglomeravam na portaria.

Três policiais, acompanhados por oficial de Justiça, ficaram na residência de Papaiz por quase 2 horas. Eles saíram com várias caixas, computadores pessoais, HDs e a secretária.

A PF é o braço policial do Ministério Público Federal (MPF). Este, por sua vez, atua junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que avocou para si a investigação da compra de respiradores no Amazonas. A decisão foi o primeiro indício de que o governador estava sendo investigado. Wilson teria assumido a coordenação mais direta da Susam no auge da pandemia.

O Ministério Público Estadual do Amazonas (MPAM), que chegou a realizar a “Operação Apneia”, também investigando respiradores, está impedido de atuar no caso. A decisão é do relator do processo dos respiradores no STJ, ministro Francisco Falcão.

Simone Papaiz assumiu a Secretaria Estadual de Saúde (Susam) no dia 08/04. Ela substituiu no cargo o pesquisador da Fiocruz Rodrigo Tobias. Tobias sucedeu o vice-governador Carlos Almeida.

A secretária disse, na CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, que não tomou conhecimento do processo dos respiradores. Tudo teria ocorrido na gestão anterior. Os parlamentares apuraram que ela teria sido responsável pela autorização do pagamento.

 

O caminho da compra

Os respiradores, tidos como essenciais no tratamento da pandemia de Covid-19, foram adquiridos pela Susam no começo de maio. A empresa Sonoar comprou os equipamentos por R$ 1, 091 milhão, vendeu para a FJAP & Cia. por R$ 2,480 milhão e esta para a Susam por R$ 2,976 milhão. O negócio todo se deu em seis dias. CPI,  MPF e STJ querem detalhar lucro e responsabilidades de cada um no negócio.

Um novo nome, apontado por dois depoentes como “muito influente na Susam” está sendo investigado: Carla Pollake. A nova personagem, porém, não tem cargo no Governo.

 

 

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