Pesquisador da cloroquina revela que não há posologia definida e que cada paciente fica no respirador até 21 dias

Pesquisador da cloroquina

Pesquisador da cloroquina, Marcus Lacerda, deixou claro que ainda não há segurança quanto à dosagem da cloroquina e pediu mais isolamento. Na foto, a presidente da FVS apresenta gráficos do Coronavírus no Amazonas. Foto: Diego Peres/ Secom/ Divulgação

Os participantes da reunião desta segunda (30/03), no gabinete do governador, prenderam a respiração para ouvir técnicos de saúde. O ambiente eletrizou quando falou o médico e pesquisador da Fundação de Medicina Tropical e da Fiocruz, Marcus Lacerda. Ele monitora a aplicação da cloroquina, usado no Amazonas contra a malária, nos pacientes graves de Covid-19. “É cedo para falar em cura. Estamos experimentando posologias diferentes, em vários pacientes, até estabelecer um protocolo”, revelou.

Marcus Lacerda fez coro com o secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, e a presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, para que as medidas de isolamento sejam mantidas. “Um paciente usa o respirador entre 14 e 21 dias”, explicou, tirando a ideia de que o aparelho vagaria no dia seguinte.

 

Mundo não estava preparado

Rodrigo Tobias lembrou que o sistema de saúde do Amazonas, como qualquer outro do mundo, não está preparado para explosão de casos.  Ele apresentou projeções da Susam mostrando que isolamento social pode reduzir em 31% o número de infectados em Manaus e Região Metropolitana. O mesmo estudo mostra que, sem restrição de circulação, 22 mil pessoas poderão precisar de UTI. “Se isso acontecer num curto espaço de tempo, aumentaria a possibilidade de óbitos”, disse.

Rosemary Costa Pinto destacou que poucos casos positivos têm mais de 60 anos e a população mais atingida está entre 30 e 49 anos. “A nossa força de trabalho é que está sendo atingida. Não são os idosos, nem as crianças”, disse.

Marcus Lacerda ressaltou que a maioria das pessoas será contagiada pelo vírus, mas é necessário que seja de forma lenta. Daí a necessidade da redução do contato entre pessoas.

A explanação dos técnicos em saúde deixou em participantes do encontro, ouvidos pelo portal, a certeza da necessidade de prorrogação das medidas de contenção. “Vamos viver o dia-a-dia e avaliar cada coisa a seu tempo”, disse um deles, que preferiu não se identificar.

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