Atlas da Violência aponta guerra de facções para aumento de mortes no Norte e Nordeste

Atlas da Violência aponta guerra de facções aumento de mortes no Norte e Nordeste

Atlas da Violência aponta guerra de facções aumento de mortes no Norte e Nordeste. Foto: Divulgação

Divulgado na tarde desta quarta-feira (5), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2019 aponta o maior nível histórico de letalidade violenta no Brasil com 65.602 mortes no ano de 2017, equivalente a uma taxa de aproximadamente 31,6 mortes para cada 100 mil habitantes.

Porém, enquanto alguns Estados apresentaram diminuição de mortes, houve forte crescimento nas regiões Norte e Nordeste do país. Somente no Amazonas, houve uma variação de 95,3% na taxa de homicídio de 2007 a 2017, já o número de homicídios foi de 134,1% no mesmo período.

Atlas

O Atlas aponta que, nos últimos dois anos, o aumento no número de mortes tenha sido influenciado pela guerra de facções criminosas do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), representada no Amazonas, pela Família do Norte (FDN). Só em 2017, foram registrados 1,674 homicídios, sendo 975 deles por arma de fogo e com idade entre 15 a 29 anos.

“No dia 1º de janeiro de 2017, houve uma rebelião no Complexo Prisional Anísio Jobim, em Manaus, quando integrantes do PCC e da Família do Norte (FDN), aliada do CV, se enfrentaram, tendo como resultado 56 mortes. No dia 14, outros 26 detentos foram mortos na Prisão Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, quando 26 detentos foram assassinados, nas escaramuças entre o PCC e o Sindicato do Crime (SDC), aliado do CV. Nesse período, em 15 dias o saldo foi de 138 homicídios nas prisões brasileiras, com episódios que atingiram também os sistemas penitenciários de Roraima, Paraíba, Alagoas, São Paulo, Paraná e Santa Catarina”, diz o Atlas.

Além disso, o documento explica que, pela amplitude e posição geográfica do Estado, que faz fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela, se torna uma importante rota para o narcotráfico o que aumenta ainda mais a disputa pelo território pelas facções criminosas.

Dobrando

“Há uma década o estado do Amazonas apresentava uma taxa de homicídios inferior à média nacional. Nesse período o índice de violência letal praticamente dobrou, sendo que a maior prevalência antes circunscrita à região metropolitana se espraiou para cidades do interior, numa dinâmica que acompanhou um processo nacional de interiorização do crime para cidades pequenas”, diz.

Entretanto apesar de todo esse crescimento no Amazonas, o estado do Brasil com maior número de homicídios foi o Ceará que registrou alta de 49,2% e atingiu o recorde histórico de 5.433 mortes violentas intencionais, causados por armas de fogo, droga ilícita e conflitos interpessoais.

Na outra ponta, o estado com maior redução na taxa de homicídios em 2017 foi Rondônia (-22%), seguido por Distrito Federal (-19.7%) e São Paulo (-4,9%).

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