Com novas transferências, AM terá 58 detentos em presídios federais, em celas isoladas

Com novas transferências, AM terá 58 detentos em presídios federais, em celas isoladas

Com novas transferências, AM terá 58 detentos em presídios federais, em celas isoladas. Foto: Secom

Com a transferência a ser autorizada pela Justiça do Amazonas, pelo juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), Rômulo Garcia Barros Silva, vai passar para 58 o número de detentos, especialmente ligados a tráfico de drogas, homicídios e facções criminosas, que cumprem pena em presídios federais do Brasil.

Dezessete estão aguardando decisão sobre o pedido enviado. Assim como os nove transferidos ontem, o grupo foi identificado e selecionado por ter ligações com as 55 mortes em presídios em dois dias, em Manaus.

Com novas transferências

Enviar detentos a presídios federais serve para isolá-los e interromper a onda de assassinatos nas cadeias. Entre os que saíram do Estado esta semana estão Janes do Nascimento Cruz, o “Caroço”.

“Caroço” ou “Mano Leão” é apontado como um dos líderes do massacre, ordenando execuções. Ele já cumpriu pena em presídio federal, em Campo Grande, mas retornou para o Compaj em abril do ano passado. Está preso por tráfico internacional.

Janes foi preso em março de 2011, em cumprimento de mandado de prisão da Operação Ilhas, da Polícia Federal, em Tabatinga (distante 1.110 quilômetros de Manaus).

Recado dado para matança

Na denúncia do massacre, Janes foi apontado por 25 testemunhas confidenciais como líder geral da FDN no Compaj, estando à frente da rebelião. Ele portava armas de curto e longo alcance e usava colete balístico no dia.

Ainda foi visto atirando contra o policial que fazia a guarda da portaria e participando do grupo de internos que invadiu a inclusão. Teve ação decisiva nas mortes e esquartejamentos ocorridos na quadra do pavilhão 3. Foi responsável por encomendar as armas utilizadas durante o motim, as quais ficaram escondidas.

Outros criminosos

Estão em presídios federais criminosos de alta periculosidade, grande parte associada à facção Família do Norte (FDN), como Gelson Lima Carnaúba, o Mano G; Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, atual chefe do Comando Vermelho (CV);  Francinaldo dos Santos da Silva. o “Cinta Larga”, também do CV; José de Arimateia Façanha do Nascimento, primo de Zé Roberto da Compensa, um dos fundadores da Família do Norte (FDN); Luciano da Silva Barbosa, o “L7”, filho de Zé Roberto; Márcio Ramalho Diogo, o “Garrote” (FDN), entre outros.

Ministro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse, em Lisboa, que os líderes de facções responsáveis pelo massacre que deixou 55 detentos mortos em cadeias de Manaus em dois dias serão transferidos para presídios federais, onde ficarão em isolamento.

O ministro, que viajou a Portugal para participar de uma conferência sobre democracia e combate à corrupção, falou ainda que a informação que possui é de que as mortes aconteceram como resultado de conflitos entre facções criminosas.

Descontrole

“Ali resulta basicamente do fato de um certo descontrole do poder e estatal em relação a essas prisões. A informação que nós temos é que houve um conflito entre facções criminosas dentro das prisões o que pode acontecer a qualquer lugar do mundo, mas não deveria”, disse o ministro a jornalistas.

No domingo, 15 presos foram mortos depois de uma briga entre detentos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, e uma inspeção realizada por autoridades no Compaj e em outras três penitenciárias encontrou mais 40 detentos mortos, todos com indícios de asfixia.

Super max americanas

“Nós temos obrigação de tentar controlar esses casos específicos. O que nós vamos fazer também é que nós temos no Brasil as prisões federais que são baseadas naquelas “super max americanas – são prisões de segurança com cela individual, sem fuga, sem rebelião, sem registro de comunicação do preso com o exterior. Nós vamos transferir as lideranças responsáveis por esses fatos de Manaus para estas prisões de segurança máxima”, falou Moro.

Em todos os presídios federais funciona o chamado Regime Disciplinar Diferencial (RDD), no qual o preso fica recolhido em cela individual, a qual só deixa para um banho de sol diário de duas horas, e tem seu direito a visitas reduzido a duas horas semanais.

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) administra cinco presídios federais no Brasil: Caranduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF).

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